sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cultura – Sangue italiano nas veias do Modernismo brasileiro

Há exatos 88 anos tinha início um evento cultural que marcaria o advento do modernismo no Brasil. Realizada no Teatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos e outros, foi o ponto de encontro das várias tendências modernas que vinham, desde a Primeira Guerra Mundial (1914-18), se firmando em São Paulo e no Rio de Janeiro.Também foi um acontecimento que acabou, com o passar do tempo, consolidando certos grupos e suas idéias, os quais passaram a possuir um espaço cativo em livros, revistas e manifestos.

Há muito sangue italiano percorrendo as criativas veias modernistas no Brasil. Além de Del Picchia (nascido em Lucca) fazem parte dessa galeria nomes importantes com Anita Malfatti, Candido Portinari, Victor Brecheret, entre outros. Todos entraram para a história da arte brasielira

O Modernismo Brasileiro é um movimento de amplo espectro cultural, desencadeado tardiamente nos anos 20, nele convergindo elementos das vanguardas acontecidas na Europa antes da Primeira Guerra Mundial - Expressionismo, Cubismo e Futurismo - assimiladas antropofagicamente em fragmentos justapostos e misturados. São Paulo se caracteriza como o centro das idéias modernistas, onde se encontra o fermento do novo.
Do encontro de jovens intelectuais com artistas plásticos eclodirá a vanguarda modernista.
Diferentemente do Rio de Janeiro, reduto da burguesia tradicionalista e conservadora, São Paulo, incentivado pelo progresso e pelo afluxo de imigrantes italianos, será o cenário propício para o desenvolvimento do processo do Modernismo. Este processo teve eventos como a primeira exposição de arte moderna com obras expressionistas de Lasar Segall em 1913, o escândalo provocado pela exposição de Anita Malfatti entre dezembro de 1917 e janeiro de 1918 e a ‘descoberta’ do escultor Victor Brecheret em 1920.

Com maior ou menor peso, estes três artistas constituem, no período heróico do Modernismo Brasileiro, os antecedentes da Semana de 22. A Semana de Arte Moderna de 22 é o ápice deste processo que visava atualização das artes, e a sua identidade nacional. Pensada por Di Cavalcanti como um evento que causasse impacto e escândalo, esta Semana proporcionaria as bases teóricas que contribuirão muito para o desenvolvimento artístico e intelectual da Primeira Geração Modernista e o seu encaminhamento, nos anos 30 e 40, na fase da Modernidade Brasileira. (Fonte: Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

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