sábado, 20 de março de 2010

Italiani- Sangue romano no Modernismo Brasileiro: pintura e escultura de Ernesto De Fiori

Nos círculos artísticos paulistanos o italiano Ernesto De Fiori faria amigos e deixaria importante legado. Nascido em Roma em 1884, passou boa parte de sua vida em Berilm e Munique. Naturalizado alemão, participou da Primeira Guerra Mundial. Nos anos 30, com o endurecimento do nazi-fascismo na Europa deixa a Alemanha, escolhendo como destino o Brasil onde chega em 1936.Faleceu em São Paulo em 1945.
O site do Museu de Arte Contemporânea da USP assim descreve o perfil do artista

"Ao chegar aqui De Fiori retoma a pintura e o desenho, ao mesmo tempo em que continua sua obra escultórica. Em 38, por intermédio de Mário de Andrade, é apresentado ao ministro Gustavo Capanema e ao grupo de arquitetos do edifício do MEC no Rio de Janeiro, que o convida a fazer maquetes de esculturas para integrarem-se ao novo prédio. Apesar de De Fiori ter desenhado uma série para este fim, nenhuma das obras foi aproveitada por terem os responsáveis pelo prédio considerado o resultado insatisfatório para os seus objetivos.
Sua retomada da pintura tem claramente a intenção de combater os abstracionistas, que culpava pela alienação do público ante a arte. Seus temas são a figura humana, cenas de batalha e as cenas de regatas - ele era um exímio iatista - interessando-se também pela paisagem urbana de São Paulo.

Sua abordagem remete aos pós-impressionistas, mas é na verdade de forte tendência expressionista em especial na relação cromática e no traço solto. Apesar de sua fama na Europa, pode-se dizer que aqui no Brasil De Fiori não foi recebido com a consideração que era de se esperar por parte dos intelectuais e artistas paulistas, apesar de ter tido contato direto com alguns deles, como Menotti del Picchia e Paulo Rossi Osir, e de ter participado das principais mostras dos anos 30 e 40, como os três Salões de Maio ( 37 a 39 em São Paulo ), do II e III Salões da Família Artística Paulista ( 39 em São Paulo e 40 no Rio ) e do VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, em São Paulo.

A influência de sua obra pode ser sentida, no entanto, em muitos artistas brasileiros, seja direta ou indiretamente. Alfredo Volpi, Bruno Giorgi e Joaquim Figueira, que desenhavam com modelo vivo junto com De Fiori, no ateliê de Giorgi, por volta de 42, são alguns exemplos, além de Gerda Brentani, que foi sua aluna por três anos; no entanto, quem mais sentiu a influência de sua obra foi Mário Zanini.( Cassandra de Castro Assis Gonçalves, bolsista] profa. Daisy Peccinini , orientadora)

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