sábado, 10 de abril de 2010

História (150) - "Far l´America ( 76) - O início da imigração italiana no Estado do Paraná

O grande êxodo dos italianos nas décadas finais do século XIX teve como um de seus destinos no Brasil o Estado do Paraná. Eliane Mimesse e Elaine Maschio ( Universidade de Tuiuti e Faculdade Internacional de Curitiba) num trabalho comparando a imigração italiana em São Paulo e no Paraná abordam a a inserção dos pioneiros nas terras paranaenses.

“No Paraná, a introdução de imigrantes italianos deu-se, primeiramente, por um contrato firmado entre o presidente da província, Venâncio José Lisboa, e o empresário Sabino Tripoti, no ano de 1871 (Balhana,1958:28). Muitos dos imigrantes foram instalados, inicialmente, na Colônia Alexandra no litoral, criada no ano de 1875. Embora a proposta política de distribuição de terras - dinamizada pela província para os imigrantes que desejassem a posse da terra e buscassem o desenvolvimento agrícola e, econômico - fosse aparentemente vantajosa, os imigrantes que pensavam encontrar condições propícias no Paraná, acabaram sofrendo as conseqüências da falta de interesse e de responsabilidade dos agentes da imigração quando de
seu ingresso e instalação no país”.

“O empresário Tripoti, exemplo de falta de responsabilidade, fundou a Colônia Alexandra na região litorânea movido por interesses pessoais. Localizada próxima ao Porto de Paranaguá, despenderia poucos recursos para o transporte dos colonos, Dessa forma, poderia o empresário trazer um número muito maior de imigrantes com a metade dos recursos que o governo lhe pagaria. Segundo Balhana (1958:29), Tripoti não estava interessado nem nos colonos nem na colonização da Província. Seu objetivo era atrair um número maior de imigrantes, uma vez que recebia 500 liras e não despendia mais de 100 por imigrante que trouxesse. Para convencer o maior número deles na Itália, o empresário confeccionou folhetos denominados Carta ao Amico Colono, que traziam informações contrárias e enganosas sobre a realidade daquela colônia”.

“No demorou muito para que aparecessem as conseqüências dessa prática e dessa política. O mau planejamento colocava em evidência a situação lastimável da colônia, tornando quase impossível à sobrevivência dos imigrantes. A localidade tornou-se pequena para o grande número de imigrantes que ali aportava. Os poucos colonos que conseguiram terras não tiveram êxito com a produção devido ao clima, que não era propício para o tipo de cultivo trazido do norte da Itália. A maior parte deles era composta por camponeses contadini, que procediam do Vêneto, região de clima muito frio. (Maschio, 2005)”.

Inúmeras reclamações chegavam a Curitiba da Colônia Alexandra. Muitos imigrantes desejavam até mesmo retornar à Itália, pois julgavam terem sido enganados pelas falsas promessas das propagandas. A melhor solução aos imigrantes seria a assistência e sua remoção para outro lugar. Assim, o governo rescindiu o contrato com o empresário e promoveu diretamente a imigração e a reimigração de colonos”.

Um comentário:

  1. Senhor, dizer que Savino Tripoti não estava interessado no projeto e nos imigrantes é uma calúnia. Documentos preservados pelos arquivos públicos brasileiros e italianos comprovam a capacidade empreendedora do empresário. Sugiro que o senhor leia, como eu li, o livro Colônia Alessandra e vai ficar surpreso em encontrar um Brasil em 1877 igual ao de 2013. Grandes projetos, nepotismo, dinheiro do povo doado para os poderosos, o povo enganado se revoltando, falta de capacidade administrativa e financeira e por fim "achem um bode expiatório urgente" Serve um italiano daí o deportamos e não teremos que pagar a conta. "Precisa de um herói" Coloca o governante, pode ser o Lamenha Lins.

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