Entre os Becker Yáconis não foi só o talento artístico da então Cacilda Bcker que brotava na década de 40. Sua irmã, Cleyde Yáconis, também se firmaria como nome de grande sucesso nos palcos e na TV. O site da Fundação Nacional das Artes (Funarte) assim retrata a atriz, filha de Edmundo Radamés Yacónis (descendente de gregos e italianos calabreses que imigraram para o Brasil em 1880) e Alzira Becker.
“Cleyde Becker Yáconis nasce em Pirassununga, São Paulo, em 14 de novembro de 1923. As dificuldades da sua infância pobre aumentam aos 4 anos de idade quando o pai abandona a família. Incentivada pela mãe professora, faz o curso normal e, simultaneamente, o de enfermagem, com a ideia de se formar em medicina. Em 1950, levada pela irmã Cacilda Becker, trabalha no guarda-roupa do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Mesmo sem intenção de se tornar atriz, substitui Nydia Licia no papel de Rosa Gonzalez, em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams. Por sua atuação, Ziembinski a convida para o papel de Annette, em Pega-fogo, de Jules Renard. Com isso, desiste de prestar exame para a Faculdade de Medicina.
No ano seguinte, 1951, torna-se a atriz-revelação do teatro paulista, premiada pela Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), por sua atuação em Ralé, de Maximo Gorki. De 1950 a 1964 participa de 35 montagens no TBC, entre as quais, Santa Marta Fabril S.A., de Abílio Pereira de Almeida (1955); Adorável Júlia, de Marc-Gilbert Sauvajon (1957); e A Morte do Caixeiro-viajante, de Arthur Miller (1962). Mas é em 1953 que ganha seu primeiro grande papel no TBC, a Senhora Flora, protagonista de Assim É Se lhe Parece, de Luigi Pirandello, quando abiscoita o Prêmio Governador do Estado como melhor atriz do ano. Em Maria Stuart, de Schiller(1955), também é premiada como melhor atriz: Prêmio Saci.
Três anos depois, ao lado de Cacilda Becker, Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman, funda o Teatro Cacilda Becker. A companhia estreia com O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, em maio de 1958. Em 1964 tem outro desempenho consagrador: vive nos palcos Yerma, de Garcia Lorca, dirigida por Maurice Vanneau.
Durante a temporada de Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, é detida pela ditadura militar, mas o prestígio de Cacilda faz com que seja liberada. Desliga-se do TBC e, em 1965, a convite de Nelson Rodrigues, aceita viver a prostituta Geni de Toda a Nudez Será Castigada, com direção de Ziembinski. Por seu desempenho é premiada com o Molière. Em 1966 integra o Grupo Opinião em Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto.
Em 1967 substitui Teresa Rachel em Édipo Rei, de Sófocles, e dá vida a outra grande personagem, Jocasta, a mãe de Édipo, este vivido por Paulo Autran, sob a direção de Flávio Rangel.
Em 1976 faz A Rainha do Rádio, de José Safiotti Filho, direção de Antonio Abujamra. Em 1988 dá início à parceria com o diretor Ulysses Cruz com Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, em que interpreta Simone de Beauvoir. Em 1995, com o mesmo diretor, atua em Péricles, Principe de Tiro, de Shakespeare".
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