quarta-feira, 16 de junho de 2010

Italiani - Padre Vicente Schiena e a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré (2)

"Os púlpitos foram acrescentados ao projeto da igreja por sugestão do padre Di Giorgio. As sugestões eram enviadas por carta à Itália, acatadas por Zoia e executadas para retornarem a Belém. O padre Di Giorgio teve o trabalho de guardar toda esta longa correspondência, onde surgem discussões sobre a ausência de certo material; ou o tamanho das peças que não conferiam com o espaço disponível.

Na Basílica, todos os pontos convergem para o altar, onde está a imagem de Nossa Senhora. E é de lá, iniciando pela direita, que os vitrais contam histórias da bíblia e os mosaicos rezam a Salve Rainha, através de anjos. Nas naves laterais encontram-se ainda, os mosaicos das mulheres que estão na Bíblia e guardam virtudes que serão encontradas na Virgem Maria. Suzana, Isabel, Ruth, Esther, Noêmia e tantas outras estão retratadas ali. Segundo o padre Vicente, a sugestão destas figuras femininas deve ter partido de padres franceses. Ele encontrou, no acervo da Basílica, um livro de 11 volumes com as pregações de santos sobre Nossa Senhora.

No final, vem a relação das mulheres bíblicas e as virtudes que elas trazem e que se vão refletir em Maria. Foram os padre franceses que definiram os temas dos vitais, assim como as imagens das estátuas que ornariam os altares laterais. Diz isto porque, entre as estátuas, duas são de santos franceses, Joana D'Arc e São Vicente de Paula. Mesmo os confessionários, feitos em acapu, madeira da terra, podem não ter sido feitos aqui. Padre Vicente levanta a hipótese de que a madeira teria sido enviada a Gênova e lá, onde morava Coppede, filho de uma tradicional família de entalhadores, preparadas em peças e devolvidas.

Ele se baseia em outro fato, que o fez supor que a madeira foi levada para a Itália. Durante uma visita à casa missionária de origem do padre Zoia, em conversa com seu superior, padre Clerit, padre Vicente ouviu-o falar que os bancos da capela eram de madeira brasileira.

Como Gênova tem porto de mar, raciocina o padre, seria fácil ter transportado a madeira, feito os confessionários e, com as sobras, construir os bancos. Segundo o padre, os bancos eram de madeira leve, talvez macacaúba, como a madeira utilizada no pequeno altar da sacristia, e, apesar de intensamente utilizados, 'estavam como se tivessem sido feitos no dia anterior'.

Padre Vicente reclama que a parte culta dos arquitetos não prestigie a Basílica, dando-lhe pouco valor. 'É uma obra de arte', afirma ele. 'Assim como não tive coragem de olhá-la, há gente que não quer admitir que ela é bela". Ele reclama também dos estaqueamentos que foram feitos próximos à igreja, produzindo rachaduras nas paredes e queda de parte do teto. 'Foi um sinal', garante ele. Depois que vários edifícios foram construídos pela vizinhança, diz ele, é impossível tirar fotografias da Basílica 'sem que apareça aquela sujeira'. (.(Fonte: TV Liberal)

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