O site da Fondazione Paolo Cresci per la storia
dell’emigrazione italiana, traz imagens do seu arquivo histórico constituído a partir da pesquisa do fotógrafo Paolo Cresci (1943 – 1997). Na sessão Percorso Didatico foram disponibilizadas fotos que revelam momentos importantes no que diz respeito ao grande êxodo italiano divido nas seguintes temáticas: La partenza; Il viaggio, L´arrivo, Le nuove Patrie e Il filo del Ricordo.
"La Partenza: La navigazione a vapore, e la conseguente
diminuzione del costo del viaggio, facilitò, negli ultimi decenni
dell’Ottocento, un esodo di proporzioni bibliche dall’Italia.
Quell’emigrazione fu detta “grande” e si concluse soltanto allo scoppio
della prima guerra mondiale. L’esodo ebbe un altro fattore di
incitamento nel miraggio della terra che specialmente i governi
argentino e brasiliano alimentavano in tutto il paese attraverso i loro
agenti d’immigrazione. Agli occhi abbagliati di tanti contadini, che
della vita avevano l’esperienza acquisita nel proprio villaggio, essi
mostravano splendide immagini di campi rigogliosi in cui tutto sembrava
crescere quasi spontaneamente e narravano di un Eldorado che li
attendeva “in Merica”.
Per coordinare e promuovere l’assistenza agli
emigranti da parte dello Stato, soltanto nel 1901, dopo anni di
dibattiti parlamentari, fu istituito il Commissariato generale
dell’emigrazione, dotato di vaste competenze ma di scarsi fondi".
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
terça-feira, 30 de março de 2010
História (136 ) – O fenômeno do grande êxodo sob olhares italianos (1)
A saída em massa de cidadãos italianos rumo a países europeus e outros regiões do globo, sobretudo América do Norte e América do Sul, é objeto de estudo em várias instituições italianas que na internet disponibilizam importante material (textos e fotos).
È o caso Fondazione Paolo Cresci per la storia dell’emigrazione italiana, com sede um Lucca. O site da instituição toscana explica que “L’Archivio della Fondazione Paolo Cresci per la storia dell’emigrazione italiana, dal nome dello studioso fiorentino che ne ha curato la raccolta, comprende una miscellanea di materiale documentario relativo all’emigrazione italiana tra Ottocento e Novecento. Acquisito dalla Provincia di Lucca nel 1998, l’archivio è stato inaugurato il 31 marzo 2001 nella Cappella di Santa Maria della Rotonda, all’interno di Palazzo Ducale. Nel maggio 2002 è stata costituita la Fondazione che si propone la realizzazione di varie e diversificate iniziative volte ad allargare ed approfondire le ricerche sulla storia dell’emigrazione italiana e degli emigranti e la conservazione e arricchimento del proprio patrimonio”.
“Paolo Cresci (Scandicci 1943 – Signa 1997) ha svolto la sua attività professionale come fotografo scientifico presso l’Università di Firenze. Era un appassionato ricercatore e collezionista di documentazione sulla storia dell’emigrazione. Ha realizzato diverse mostre personali di fotografia e sull’emigrazione, partecipando alle più importanti rassegne di umorismo italiane ed estere e ottenendo vari riconoscimenti”.
“Paolo Cresci (Scandicci 1943 – Signa 1997) ha svolto la sua attività professionale come fotografo scientifico presso l’Università di Firenze. Era un appassionato ricercatore e collezionista di documentazione sulla storia dell’emigrazione. Ha realizzato diverse mostre personali di fotografia e sull’emigrazione, partecipando alle più importanti rassegne di umorismo italiane ed estere e ottenendo vari riconoscimenti”.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Italiani: Imigração e Cinema no Brasil (2)
Márcio Galdino assina texto no site do Archivio Storico Dell´Emigrazione Italiana
e conta a participação de imigrantes italianos (séculos XIX e XX) na história do
Cinema no Brasil.
"Os irmãos Segreto Gaetano (1866-1908) e Paschoal (1868-1920) oriundos de San Martino Cilento chegaram ao Brasil em 1883. No Rio de Janeiro trabalharam juntos vendendo bilhetes de loteria e como jornaleiros conseguem organizar um pioneiro sistema de bancas de jornais, que prospera. Nesse tempo a maioria dos jornais editados na cidade tinham suas redações e oficinas na Rua do Ouvidor. Gaetano consegue a distribuição exclusiva do vespertino A Notícia, fundado em 1894 por Manuel Jorge de Oliveira Rocha, o mais simpático, o mais lido e o de maior tiragem
Em 1893 surge na cidade o jogo dos bichos que se alastra como uma epidemia e é logo criminalizado como contravenção penal. Os irmãos Segreto travam então contato com José Roberto da Cunha Sales (1840-1903), conhecidíssimo na Capital da República por suas artimanhas com fórmulas farmacêuticas, a mais célebre das quais a Virgolina, “para fazer voltar a estado de donzela aquelas que já não o eram”. Cunha Sales explorava o jogo dos bichos disfarçadamente no Pantheon Ceroplástico, primo pobre do Museu Grévin de Paris, situado na Rua do Ouvidor, que por sua pouca largura era alcunhada de “beco das novidades”, em cima do Café Java, ponto de venda de bilhetes de jogos. 27 de novembro 1897. Cunha Sales Pedido de patente notação n.º. 8663.
Paschoal se associa a Cunha Sales e formam o Salão Novidades Paris no Rio. Paschoal percebendo o futuro brilhante do rendosíssimo negócio das diversões adquire a Vito Di maio, que também se achava instalado na Rua do Ouvidor n.º 49, desde 1891, com uma lanterna magica. Diante do sucesso das exibições promovidas por Henri Paillie, em junho de 1897, das imagens animadas, lançadas com o nome Omniographo, Paschoal não tem mais dúvidas. Paschoal Segreto obteve a patente, que recebeu o n.º 2598, publicada no D.O.U. de 9 de agosto de 1898 p. 4623 col. 3. Paschoal ampliou suas salas na Capital Federal, em Santos, São Paulo e Campos, no norte fluminense. Foi cognominado pela imprensa Ministro das Diversões. Produziu dezenas de filmes, reportagens de assuntos locais".
"Os irmãos Segreto Gaetano (1866-1908) e Paschoal (1868-1920) oriundos de San Martino Cilento chegaram ao Brasil em 1883. No Rio de Janeiro trabalharam juntos vendendo bilhetes de loteria e como jornaleiros conseguem organizar um pioneiro sistema de bancas de jornais, que prospera. Nesse tempo a maioria dos jornais editados na cidade tinham suas redações e oficinas na Rua do Ouvidor. Gaetano consegue a distribuição exclusiva do vespertino A Notícia, fundado em 1894 por Manuel Jorge de Oliveira Rocha, o mais simpático, o mais lido e o de maior tiragem
Em 1893 surge na cidade o jogo dos bichos que se alastra como uma epidemia e é logo criminalizado como contravenção penal. Os irmãos Segreto travam então contato com José Roberto da Cunha Sales (1840-1903), conhecidíssimo na Capital da República por suas artimanhas com fórmulas farmacêuticas, a mais célebre das quais a Virgolina, “para fazer voltar a estado de donzela aquelas que já não o eram”. Cunha Sales explorava o jogo dos bichos disfarçadamente no Pantheon Ceroplástico, primo pobre do Museu Grévin de Paris, situado na Rua do Ouvidor, que por sua pouca largura era alcunhada de “beco das novidades”, em cima do Café Java, ponto de venda de bilhetes de jogos. 27 de novembro 1897. Cunha Sales Pedido de patente notação n.º. 8663.
Paschoal se associa a Cunha Sales e formam o Salão Novidades Paris no Rio. Paschoal percebendo o futuro brilhante do rendosíssimo negócio das diversões adquire a Vito Di maio, que também se achava instalado na Rua do Ouvidor n.º 49, desde 1891, com uma lanterna magica. Diante do sucesso das exibições promovidas por Henri Paillie, em junho de 1897, das imagens animadas, lançadas com o nome Omniographo, Paschoal não tem mais dúvidas. Paschoal Segreto obteve a patente, que recebeu o n.º 2598, publicada no D.O.U. de 9 de agosto de 1898 p. 4623 col. 3. Paschoal ampliou suas salas na Capital Federal, em Santos, São Paulo e Campos, no norte fluminense. Foi cognominado pela imprensa Ministro das Diversões. Produziu dezenas de filmes, reportagens de assuntos locais".
Italiani: Imigração e Cinema no Brasil (1)
O site Archivio Storico Dell´Emigrazione Italiana traz um texto em português assinado por Márcio Galdino revelando a participação de imigrantes italianos (séculos XIX e XX) na história do Cinema no Brasil.
“Se a primeira exibição cinema no Brasil, ocorrida na Rua do Ouvidor em 1896 foi promovida por um francês chamado Henri Paillie, as primeiras filmagens foram feitas por Vito Di Maio. Nascido em Nápoles em 14 de abril de 1852, que chegando ao Brasil em 1891 instalou uma sala exibidora com espetáculo de lanterna mágica na rua do Ouvidor n.º 149, que em 1894 vendou a Paschoal Segreto, indo em seguida para a Europa, onde comprou aparelho, provavelmente Animatógrafo de Paul e em 6 de maio de 1897 exibiu no Cassino Fluminense, em Petrópolis, cidade elegante de veraneio carioca, quatro filmes: Ponto Terminal da Linha de Bondes de Botafogo, vendo-se os Passageiros Subir e Descer; Uma Artista Trabalhando no Trapézio do Politeama; Chegada do Trem a Petrópolis e Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí Cf. Verdades Sobre o Início do Cinema no Brasil. Jorge J.V. Capellaro e Paulo Roberto Ferreira. Rio de Janeiro: Funarte, 1996.
Di Maio foi um ambulante infatigável. Entre 1899/1901 promoveu exibições em São Paulo. Em 1905 estava de novo no Rio de Janeiro, promovendo exibições no chope berrante do Passeio Público, para uma platéia onde se encontrava Artur Azevedo. Em 1906 estava no Teatro Maceioense, em Alagoas! No dia 13 de janeiro de 1907 no Éden Parque, em Vitória, Espírito Santo. Ainda nesse mesmo ano chegou a Fortaleza, fixando-se aí então, definitivamente, onde veio morrer em 21 de abril de 1926”.
“Se a primeira exibição cinema no Brasil, ocorrida na Rua do Ouvidor em 1896 foi promovida por um francês chamado Henri Paillie, as primeiras filmagens foram feitas por Vito Di Maio. Nascido em Nápoles em 14 de abril de 1852, que chegando ao Brasil em 1891 instalou uma sala exibidora com espetáculo de lanterna mágica na rua do Ouvidor n.º 149, que em 1894 vendou a Paschoal Segreto, indo em seguida para a Europa, onde comprou aparelho, provavelmente Animatógrafo de Paul e em 6 de maio de 1897 exibiu no Cassino Fluminense, em Petrópolis, cidade elegante de veraneio carioca, quatro filmes: Ponto Terminal da Linha de Bondes de Botafogo, vendo-se os Passageiros Subir e Descer; Uma Artista Trabalhando no Trapézio do Politeama; Chegada do Trem a Petrópolis e Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí Cf. Verdades Sobre o Início do Cinema no Brasil. Jorge J.V. Capellaro e Paulo Roberto Ferreira. Rio de Janeiro: Funarte, 1996.
Di Maio foi um ambulante infatigável. Entre 1899/1901 promoveu exibições em São Paulo. Em 1905 estava de novo no Rio de Janeiro, promovendo exibições no chope berrante do Passeio Público, para uma platéia onde se encontrava Artur Azevedo. Em 1906 estava no Teatro Maceioense, em Alagoas! No dia 13 de janeiro de 1907 no Éden Parque, em Vitória, Espírito Santo. Ainda nesse mesmo ano chegou a Fortaleza, fixando-se aí então, definitivamente, onde veio morrer em 21 de abril de 1926”.
Italianità - Grupos folclóricos em Quiririm, Santa Catarina
O sentimento italiano se faz vivo no distrito de Quririm (Brusque, Santa Catarina) em manifestações culturais como as apresentações culturais. Os grupos Santa Lucia, Piccola Tarantella e Mazzolin di Fiori preservam raízes deixadas pelos pioneiros. O site Festa da Colônia traz um perfil desses grupos. O trabalho do Grupo Santa Lucia é assim descrito:
“Final do século 19 - A Itália vive uma de sua maiores crises econômicas - muitas famílias italianas partem em busca de uma vida melhor, partem em busca do sonho dourado "refazer suas vidas" na AMERICA, a nova Terra. 1889 - depois de 36 longos e sofridos dias em "máquina a vapore", desembarcam em terras brasileiras. Quiririm é a grande esperança de uma vida feliz, um trabalho digno, um lugar para criarem os filhos, um lugar para se ter PAZ. O coração saudoso, aflito, mas cheio de esperanças.
Crianças de todas as idades, homens jovens saudáveis e fortes dispostos a qualquer tipo de trabalho, outros mais velhos já cansados se renovando através da ESPERANÇA, mulheres GUERREIRAS - essa era a nossa gente, esses ITALIANOS, os nossos antepassados. O trabalho começava ao raiar do dia e só terminava ao pôr do sol, mas a cada semente que germinava, crescia com ela o amor pela terra, o amor pelo Quiririm, se esvaecia a tristeza e a saudade da distante Itália. Povo politizado, lutavam por seus direitos através da "SOCIETÀ" que aqui formaram; povo falante, bravo, exigente, povo festivo. Os casamentos, batizados, Dia de Santo Antonio, da Padroeira a Imaculada Conceição, Santa Lucia sempre acompanhados de grandes festas... muita comida e vinho. Bandeirinhas, arcos de bambu, flores enfeitavam as ruas e casas, nas festas um falatório tão alto que quase encobria o som da sanfona que chamava a todos para uma roda de TARANTELA. A alegria da dança reunia na mesma roda as crianças, os pais e os avós. E é através da música e da dança, que essas meninas, filhas de Quiririm, vem mostrar o orgulho que sentem em serem parte da continuidade desta história de luta, de glórias e derrotas, de sonhos e esperanças que não se encerrarão nelas, que continuarão pelos seus filhos e pelos filhos dos seus filhos.
Aqui nesse rincão brasileiro, nossos avós e bisavós fincaram os pés e é aqui nessa terra querida, que os acolheu é que queremos ficar, nessa querida Pátria chamada Brasil. QUIRIRIM NÓS TE AMAMOS, COMO ELES TE AMARAM!!
O grupo foi formado em junho de 1989, logo após a 1º Festa Italiana de Quiririm, para se apresentarem na Festa de Santo Antonio. Desde então se apresenta na Festa Italiana e em outras cidades, outros estados levando o nome do nosso Distrito. São 10 componentes, todas mulheres, dançando tarantella e outras músicas que fazem parte do universo folclórico italiano. Em 2003, forma-se o Grupo Folclórico Italiano Mirim "Santa Lucia", com meninas entre 3 e 10 anos. Nesses anos várias "meninas" passaram pelo grupo e várias ainda passarão, sempre com muito orgulho de fazerem parte da história do Quiririm”.
“Final do século 19 - A Itália vive uma de sua maiores crises econômicas - muitas famílias italianas partem em busca de uma vida melhor, partem em busca do sonho dourado "refazer suas vidas" na AMERICA, a nova Terra. 1889 - depois de 36 longos e sofridos dias em "máquina a vapore", desembarcam em terras brasileiras. Quiririm é a grande esperança de uma vida feliz, um trabalho digno, um lugar para criarem os filhos, um lugar para se ter PAZ. O coração saudoso, aflito, mas cheio de esperanças.
Crianças de todas as idades, homens jovens saudáveis e fortes dispostos a qualquer tipo de trabalho, outros mais velhos já cansados se renovando através da ESPERANÇA, mulheres GUERREIRAS - essa era a nossa gente, esses ITALIANOS, os nossos antepassados. O trabalho começava ao raiar do dia e só terminava ao pôr do sol, mas a cada semente que germinava, crescia com ela o amor pela terra, o amor pelo Quiririm, se esvaecia a tristeza e a saudade da distante Itália. Povo politizado, lutavam por seus direitos através da "SOCIETÀ" que aqui formaram; povo falante, bravo, exigente, povo festivo. Os casamentos, batizados, Dia de Santo Antonio, da Padroeira a Imaculada Conceição, Santa Lucia sempre acompanhados de grandes festas... muita comida e vinho. Bandeirinhas, arcos de bambu, flores enfeitavam as ruas e casas, nas festas um falatório tão alto que quase encobria o som da sanfona que chamava a todos para uma roda de TARANTELA. A alegria da dança reunia na mesma roda as crianças, os pais e os avós. E é através da música e da dança, que essas meninas, filhas de Quiririm, vem mostrar o orgulho que sentem em serem parte da continuidade desta história de luta, de glórias e derrotas, de sonhos e esperanças que não se encerrarão nelas, que continuarão pelos seus filhos e pelos filhos dos seus filhos.
Aqui nesse rincão brasileiro, nossos avós e bisavós fincaram os pés e é aqui nessa terra querida, que os acolheu é que queremos ficar, nessa querida Pátria chamada Brasil. QUIRIRIM NÓS TE AMAMOS, COMO ELES TE AMARAM!!
O grupo foi formado em junho de 1989, logo após a 1º Festa Italiana de Quiririm, para se apresentarem na Festa de Santo Antonio. Desde então se apresenta na Festa Italiana e em outras cidades, outros estados levando o nome do nosso Distrito. São 10 componentes, todas mulheres, dançando tarantella e outras músicas que fazem parte do universo folclórico italiano. Em 2003, forma-se o Grupo Folclórico Italiano Mirim "Santa Lucia", com meninas entre 3 e 10 anos. Nesses anos várias "meninas" passaram pelo grupo e várias ainda passarão, sempre com muito orgulho de fazerem parte da história do Quiririm”.
domingo, 28 de março de 2010
História (135 ) - Imigração em Brusque no contexto da saúde mental (2)
No trabalho "A imigração italiana e
saúde mental: Mais um (louco)
para Brusque?" , Cluadia Delfini, professora da Universidade do Vale do Itajaí - Univali - relata a criação do Asilo Azambuja.
"Inaugurado oficialmente em 29 de junho de 1902, a Santa Casa de Misericórdia de Azambuja englobava um hospital, asilo, orfanato e hospício. Porém, em 1901 já havia uma antiga casa de madeira para os doentes que eram separados de acordo com o seu grau de “normalidade”, sendo metade destinada aos doentes 'normais' e a outra para os 'anormais'.
O relatório do padre Gabriel Lux, em 18 de outubro de 1908, narra a história do Asilo a partir da história do santuário de Azambuja, que foi construído pelos imigrantes italianos da província de Milão que trouxeram uma cópia do quadro milagroso de Nossa Senhora do Caravagio, 'querendo transplantar para aqui as tradições religiosas da velha pátria.' Provavelmente seu relato foi tirado das atas escritas pelas irmãs da Divina Providência que se referiam a este episódio da seguinte forma: 'Uns pobres colonos italianos vindo-lhes em 1884, trouxeram um antigo quadro de Nossa Senhora de Caravagio muito venerada nas proximidades de Milão. Estabelecendo no seu aprazível recanto de Azambuja, levantaram uma modesta capela em honra de Maria Santíssima, e depois do trabalho os obscuros camponeses visitavam a querida mãe de Deus e ela retribuía o amor e a confiança daquela boa gente com numerosos e manifestos favores'
"Em 1876 os colonos iniciaram a construção de uma pequena capela em um terreno pertencendo a Pietro Colzani, pronta 09 anos depois, em 1885. Em 1892 o padre Antonio Eising assumiu a paróquia e construiu o hospital e “asylo de desvalidos, velhos e cegos”, sendo inaugurado em 29 de junho de 1902, com 03 irmãs da Ordem Divina Providência responsáveis pela assistência as doentes. 'A caridade não tem pátria', era o grande lema da Ordem Divina Providência, que reunia, 'como uma grande família, alemães, italianos, polacos, poloneses, austríacos. Recebe a subvenção anual do governo do Estado (paga o número de 5 dementes no valor de 1$500 réis), da municipalidade e da ajuda dos bravos colonos e de esmolas.” 2 De acordo com o relatório do padre Lux, percebe-se a presença dos 'bravos colonos' de Brusque/Azambuja na manutenção e nos cuidados com o asilo, porém, há uma carta datada de 1903, escrita pelo padre Antonio Eising ao bispo diocesano de Curitiba, que mostra que a cidade não se preocupava muito com os 'bravos/pobres colonos' ".
"Nesta carta, Eising pede a construção de um cemitério no hospital pois 'o hospital não tem pessoas para acompanhar e levar os cadáveres até Brusque, como também estão fracos. Em Brusque, a gente não se importa com os fallecidos de Azambuja porque regularmente são pobres colonos'. De acordo com o inspetor de saúde do estado, Dr Joaquim David F. Lima, em sua visita ao Hospital de Azambuja, junto ao chefe de polícia, o asilo representava uma verdadeira: “casa de misericórdia, preenche ao mesmo tempo os fins de hospital, asylo de inválidos e desamparados, e hospício de alienados. A direção médica do hospício será confiada a um médico, de nacionalidade alemã, especialista, em que o padre Lux já se entendeu por carta. Acredito que uma vez que esteja funcionando regularmente aquelle hospício e sob a direção technica de um médico alienista, ficará em Santa Catharina perfeitamente satisfeita esta grande necessidade actual de assistência aos alienados.'(apud FONTOURA,1997, p. 28) (...)Confiando no auxilio da divina providencia e na proteção da querida mãe do céu começamos o ano de 1942 mesmo trouxe para nós uma grande mudança pelo de já a tempo planejado o transporte dos alienados ao novo hospital ereto pelo governo do estado no município de São José. As irmãs Fernandina e Custodia já tinham algumas semanas antes providenciando todo o necessário ao nosso instituto.
Em 4 de janeiro o governo mandou um caminhão e em 6 do mencionado mês levava dois outros caminhões os últimos alienados das colônia Santana. Assim nos deixavam nesse dia também irmãs Telefora e a irmã Francelina as quais conforme os desejos do governo partiram com os doentes, desse modo estava fechado o hospício de Azambuja fundado em 1902. "
"Inaugurado oficialmente em 29 de junho de 1902, a Santa Casa de Misericórdia de Azambuja englobava um hospital, asilo, orfanato e hospício. Porém, em 1901 já havia uma antiga casa de madeira para os doentes que eram separados de acordo com o seu grau de “normalidade”, sendo metade destinada aos doentes 'normais' e a outra para os 'anormais'.
O relatório do padre Gabriel Lux, em 18 de outubro de 1908, narra a história do Asilo a partir da história do santuário de Azambuja, que foi construído pelos imigrantes italianos da província de Milão que trouxeram uma cópia do quadro milagroso de Nossa Senhora do Caravagio, 'querendo transplantar para aqui as tradições religiosas da velha pátria.' Provavelmente seu relato foi tirado das atas escritas pelas irmãs da Divina Providência que se referiam a este episódio da seguinte forma: 'Uns pobres colonos italianos vindo-lhes em 1884, trouxeram um antigo quadro de Nossa Senhora de Caravagio muito venerada nas proximidades de Milão. Estabelecendo no seu aprazível recanto de Azambuja, levantaram uma modesta capela em honra de Maria Santíssima, e depois do trabalho os obscuros camponeses visitavam a querida mãe de Deus e ela retribuía o amor e a confiança daquela boa gente com numerosos e manifestos favores'
"Em 1876 os colonos iniciaram a construção de uma pequena capela em um terreno pertencendo a Pietro Colzani, pronta 09 anos depois, em 1885. Em 1892 o padre Antonio Eising assumiu a paróquia e construiu o hospital e “asylo de desvalidos, velhos e cegos”, sendo inaugurado em 29 de junho de 1902, com 03 irmãs da Ordem Divina Providência responsáveis pela assistência as doentes. 'A caridade não tem pátria', era o grande lema da Ordem Divina Providência, que reunia, 'como uma grande família, alemães, italianos, polacos, poloneses, austríacos. Recebe a subvenção anual do governo do Estado (paga o número de 5 dementes no valor de 1$500 réis), da municipalidade e da ajuda dos bravos colonos e de esmolas.” 2 De acordo com o relatório do padre Lux, percebe-se a presença dos 'bravos colonos' de Brusque/Azambuja na manutenção e nos cuidados com o asilo, porém, há uma carta datada de 1903, escrita pelo padre Antonio Eising ao bispo diocesano de Curitiba, que mostra que a cidade não se preocupava muito com os 'bravos/pobres colonos' ".
"Nesta carta, Eising pede a construção de um cemitério no hospital pois 'o hospital não tem pessoas para acompanhar e levar os cadáveres até Brusque, como também estão fracos. Em Brusque, a gente não se importa com os fallecidos de Azambuja porque regularmente são pobres colonos'. De acordo com o inspetor de saúde do estado, Dr Joaquim David F. Lima, em sua visita ao Hospital de Azambuja, junto ao chefe de polícia, o asilo representava uma verdadeira: “casa de misericórdia, preenche ao mesmo tempo os fins de hospital, asylo de inválidos e desamparados, e hospício de alienados. A direção médica do hospício será confiada a um médico, de nacionalidade alemã, especialista, em que o padre Lux já se entendeu por carta. Acredito que uma vez que esteja funcionando regularmente aquelle hospício e sob a direção technica de um médico alienista, ficará em Santa Catharina perfeitamente satisfeita esta grande necessidade actual de assistência aos alienados.'(apud FONTOURA,1997, p. 28) (...)Confiando no auxilio da divina providencia e na proteção da querida mãe do céu começamos o ano de 1942 mesmo trouxe para nós uma grande mudança pelo de já a tempo planejado o transporte dos alienados ao novo hospital ereto pelo governo do estado no município de São José. As irmãs Fernandina e Custodia já tinham algumas semanas antes providenciando todo o necessário ao nosso instituto.
Em 4 de janeiro o governo mandou um caminhão e em 6 do mencionado mês levava dois outros caminhões os últimos alienados das colônia Santana. Assim nos deixavam nesse dia também irmãs Telefora e a irmã Francelina as quais conforme os desejos do governo partiram com os doentes, desse modo estava fechado o hospício de Azambuja fundado em 1902. "
História (134 ) - Imigração em Brusque no contexto da saúde mental (1)
Ana Cláudia Delfini, na qualidade de professora da Universidade do Vale de Itajaí – Univali - elaborou o trabalho "A imigração italiana e saúde mental: Mais um (louco) para Brusque?" . Trata-se do resultado de um pesquisa sobre saúde mental e imigração italiana em Santa Catarina, buscando “discutir os modelos institucionais de tratamento da loucura presentes no Brasil a partir do séc. XIX, avaliando seus reflexos e desdobramentos em Santa Catarina, analisando especificamente o tratamento dispensado aos doentes mentais, (dentre eles alguns descendentes de colonos italianos) pelas duas instituições que marcaram modelos e concepções diferenciadas sobre a loucura: o Asilo de Azambuja, em Brusque, e o Hospital Colônia Santana, em São José”.
(...) “Na segunda metade do século XIX, começou-se a pensar e a praticar uma assistência psiquiátrica no Brasil mediante a implantação da instituição asilar com a construção de hospitais de alienados nos principais centros nacionais, configurando-se uma assistência psiquiátrica cujo perfil estava adequado às propostas e necessidades políticas e sociais de modernização do país, conferindo antes uma assistência do que um tratamento curativo. O assistencialismo e a filantropia são característicos das instituições de misericórdia do sistema asilar, instalados no Brasil pelos colonizadores portugueses”.
“Com o fim da escravatura (oficial) e a vinda dos imigrantes, os centros urbanos aumentaram. Com a necessidade de mão-de-obra, a recuperação dos “excluídos” torna-se foco principal dos discursos psiquiátricos. O conhecimento psiquiátrico é ampliado através das universidades e hospícios no que diz respeito à loucura”.
“A construção dos hospícios-colônias teve como finalidade tanto o afastamento dos “loucos” do convívio social nos grandes centros, já que tais instituições eram afastadas, como o de fazer com que os doentes trabalhassem no auto-sustento do hospital, através das atividades na lavoura, diminuindo os gastos do Estado”.
(...) “Na segunda metade do século XIX, começou-se a pensar e a praticar uma assistência psiquiátrica no Brasil mediante a implantação da instituição asilar com a construção de hospitais de alienados nos principais centros nacionais, configurando-se uma assistência psiquiátrica cujo perfil estava adequado às propostas e necessidades políticas e sociais de modernização do país, conferindo antes uma assistência do que um tratamento curativo. O assistencialismo e a filantropia são característicos das instituições de misericórdia do sistema asilar, instalados no Brasil pelos colonizadores portugueses”.
“Com o fim da escravatura (oficial) e a vinda dos imigrantes, os centros urbanos aumentaram. Com a necessidade de mão-de-obra, a recuperação dos “excluídos” torna-se foco principal dos discursos psiquiátricos. O conhecimento psiquiátrico é ampliado através das universidades e hospícios no que diz respeito à loucura”.
“A construção dos hospícios-colônias teve como finalidade tanto o afastamento dos “loucos” do convívio social nos grandes centros, já que tais instituições eram afastadas, como o de fazer com que os doentes trabalhassem no auto-sustento do hospital, através das atividades na lavoura, diminuindo os gastos do Estado”.
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