sábado, 2 de janeiro de 2010

História 7 - Cantino, o espião do Descobrimento II

Após receber do cartógrafo português o tão desejado planisfério, Alberto Cantino, segundo relata o pesquisador Moacir Pereira, da Universidade de Coimbra, deixa clandestinamente Portugal e retorna à Itália. O preço cobrado por Cantino ao duque de Ferrara foi 12  ducados, uma quantia considerada bastante elevada.
O planisfério permaneceu, primeiramente, na Biblioteca de Ferrara, e em 1505 passou para Biblioteca Estense de Ferrara. Moacir Pereira sustenta que o planisfério permaneceu nesse local até 1597 "quando o Papa Clemente VIII despoja Cesar Este de seu ducado, ocasião em que as coleções da biblioteca ferrrarense foram transladadas para o palácio ducal de Modena (onde estavam os Este). (...) Em 1859, o palácio foi invadido e saqueado (...) e o documento desapareceu". Por volta de 1870, o diretor da Biblioteca Estense de Ferra, Giuseppe Boni encontrou o documento numa salsicahria, sendo usado como forro. Boni adquiriu o mapa e o devolveu à biblioteca.
O Planisfério de Cantino, conforme explica Moacir Pereira, "tem nomenclatura basicamente portuguesa, apenas com os nomes dos mares em latim, uns poucos topônimos em espanhol, nas regiões descobertas por Castela, e afora uma dúzia de acrescentados, italianizados alguns deles, os quais não pertencem ao artista que o desenhou". No mapa aparecem os primeiros topônimos do território brasileiro: "Abaia de Todos os Sanctos", Porto Seguro, entre outros. 
A costa brasileira apresentada no planiesfério recebeu retoques (no local foi colado um pedaço delgado de pergaminho ajustando os contornos). No livro O Brasil de Américo Vespúcio, Riccardo Fontana, recolhe fontes para sustentar a tese de que o mapa de Cantino foi retocado por Amerigho Vespucci , "que no mês de outubro de 1502 foi convidado a desenhar aquilo que tinha visto com seus próprios olhos e gravado na própria mente (depois de suas expsições às novas terras portuguesas)".  

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