domingo, 3 de janeiro de 2010

Oriundi (Jornalismo)- Crítica com humor nas tiras de Iotti

Da crítica política à sátira dos costumes familiares. Assim é a charge de Carlos Henrique Iotti, desenhista, neto de emilianos, nascido na cidade de Caxias do Sul (1964), na verdejante e italianíssima região da serra gaúcha, Estado do Rio Grande do Sul.
O trabalho de Iotti ganha as páginas de um dos mais importantes jornais do Sul do Brasil, o “Zero Hora”, editado na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.


O artista é pai de uma série de personagens que retratam o estereótipo do imigrante italiano. Radicci, sua principal criação, é uma espécie de anti-herói da colonização italiana no Rio Grande do Sul (para ver site do Radicci clique aqui). É baixinho, grosso, preguiçoso, machista e gritão. Amante do vinho e da farra, inimigo mortal do trabalho. Ele, na verdade, era a antítese do italiano que chegou ao Brasil com uma predestinação para o trabalho. Genoveva é a sua mulher, um obstáculo entre ele e o garrafão de vinho. Guilhermino é o filho. Ecologista, surfista, naturalista, eterno universitário e canguru (vive na bolsa da mãe). Contraponto ao pai caçador, fascista, e com hábitos alimentares exagerados.
 Ainda tem o Nono, o velho esperto. Ninguém sabe se é o avô da Genoveva ou do Radicci. Nem ele. Tem uma moto e foi piloto de caça na Segunda Grande Guerra.



Iotti é jornalista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas nunca exerceu a profissão. Além do Zero Hora, publica suas charges nos jornais Pioneiro, de Caxias do Sul; Diário de Santa Catarina; Diário do Povo, de Pato Branco (Paraná); e Estado do Paraná. Nos 80, Iotti fez trabalhos especiais para o “Il Corriere”, um jornal semanal de 40 mil cópias dirigido para a comunidade ítalo-brasileira. É neto de italiano. A família, na verdade, veio da cidade de Coreggio em Reggio-Emilia. No entanto, o avô veio criança da França, pois o pai havia se mudado para lá para trabalhar na construção de um hospital. Casando-se com uma francesa, teve o filho e veio para o Brasil. O modo de falar do Radicci e dos outros personagens criados pelo desenhista itálico é na forma de sotaque. Não se trata de português, italiano ou dialeto. É um jeito irreverente e despojado, chamado “sotacón”, que nada mais do que uma transposição fonética do jeito de falar das pessoas da Serra Gaúcha para a linguagem escrita. (Mario Ciccone)

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