domingo, 14 de fevereiro de 2010

História (72 ) – “Far l´America (40 ): imigrantes italianos na área urbana de São Carlos, interior de São Paulo

No artigo http://www.economia.unam.mx/cladhe/registro/ponencias/471_abstract.pdf   docente Marili Peres Junqueira (Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia) mostra a relação entre a grande imigração para o Brasil do final do século XIX e o comércio urbano exercido por imigrantes, principalmente italianos, na constituição e formação de uma cidade no Oeste Cafeeiro Paulista, no caso São Carlos.

"Os imigrantes que viviam no mundo urbano, em geral são pouco enfatizados pela historiografia que trata do tema e do período serão os atores principais desse trabalho. A historiografia sobre a imigração italiana tem focalizado especialmente o mundo rural, especialmente também o fluxo de imigrantes italianos que se dirigiu para a lavoura cafeeira e, portanto, enfatiza muito mais a experiência rural", “O censo realizado pelo Club da Lavoura de São Carlos, em 1899, mostra o número total e a nacionalidade dos trabalhadores rurais. O total de trabalhadores rurais levantado foi de 24.320 pessoas, destes eram efetivamente ativos 15.688. Os italianos perfaziam o maior número daqueles ativos, 10.396, seguidos pelos espanhóis (1.356), brasileiros negros (1.242), brasileiros brancos (1.028), portugueses (886), austríacos (447), alemães (211), polacos (119), franceses (3.) Os dados revelam a importância dos imigrantes italianos para o município de São Carlos, especialmente no mundo rural onde constituíam 66,27% da mão-de-obra rural ativa”.

“Contrariamente à política nacional de imigração destinada a atrair imigrantes para o trabalho somente nas lavouras de café, muitos iam para as cidades montar pequenos negócios. Algumas vezes alcançavam êxito com seus negócios e se tornavam industriais. Mas como mostra Dean (1971), eles tinham poucas possibilidades de elevarem-se acima da classe inferior, quando muito chegavam ao nível do comércio varejista ou das oficinas mecânicas. Aqueles imigrantes que conseguiam igualar-se aos fazendeiros em posição social eram de origem totalmente diversa da maioria”.

“A razão mais óbvia, segundo Dean, da preponderância de imigrantes nas atividades comerciais, muito embora não explique sua tendência para a manufatura, é a ausência, quase que completa de um quadro de paulistas com um estilo urbano de vida. A própria vinda dos imigrantes através das companhias de navegação favoreceu o contato com o meio urbano, pois eles passavam dias alojados nas cidades, principalmente em São Paulo, ouvindo narrativas pouco favoráveis do mundo rural”.

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