sábado, 20 de fevereiro de 2010

Oriundi - Pedro Ometto e o desenvolvimento do agronegócio em São Paulo (2)

Para constituir e modernizar a Usina Costa Pinto, Pedro Ometto, associou-se a Mário Dedini & Irmãos. Na safra de 1936/37 produziram 6.055 sacas de açúcar e a partir daí negócio adquiriu significado. Em 1938 foi feita uma reforma grande na Costa Pinto e começaram a fabricar açúcar cristal. Já nesse ano produziram 38.000 sacas. O lucro era sempre investido na compra de terras e de cotas de açúcar, ao IAA. Os caminhos dos Omettos e dos Dedinis, cruzaram-se, permitindo que eles crescessem e se tornassem presidentes de grandes grupos econômicos.

Em 1943, a empresa comprou uma fazenda de 340 alqueires, no município de Barra Bonita, pequena cidade turística a 310km da capital paulista. Foi início da Usina da Barra. A cultura da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo estava desde os mais remotos tempos concentrada na região de Piracicaba, onde o pioneiro Pedro Ometto e seus irmãos iniciaram suas atividades e possuíam unidades sucroalcooleiras em pleno funcionamento.

A responsabilidade do acompanhamento da instalação e implantação da destilaria coube ao filho de Pedro, Orlando Chesini Ometto. Aos 21 anos, Orlando já havia terminado o seu treinamento nas usinas da família, estando apto para assumir esta importante tarefa, que implicava uma competição com a cultura do café, até então preferida na região. Os objetivos foram se alterando com o tempo. Surgiu a possibilidade de compra de uma cota de açúcar e, em 1946, apenas um ano após o fim da 2ª Guerra Mundial, a Usina da Barra fazia sua primeira safra: 41 mil sacas de açúcar e 110 mil litros de álcool. Durante cinco anos, até idos de 48, a Usina moeu apenas cana-de-açúcar própria, enfrentando preconceito e desconfiança dos cafeicultores locais.

Em 1949, o crescimento foi acelerado com a constituição da Usina da Barra S.A., e a partir daí a Usina começou a moer canas-de-açúcar também de terceiros, seguindo um longo caminho de ampliação e de aumento de produtividade. Para estimular a produção, a Usina da Barra se comprometia, inicialmente, a realizar na propriedade do eventual interessado os trabalhos de preparo de solo, plantio, tratos culturais, corte e transporte da cana-de-açúcar plantada. O proprietário do fundo cedia a terra e recebia, no final da colheita, lucro da operação.

Os resultados não foram imediatos, mas vieram. O primeiro milhão de sacas foi ultrapassado na safra 58/59. Daí, aumentos sucessivos de produção e ampliações no parque industrial levaram-na à condição de maior produtora individual de cana-de-açúcar e álcool domundo. Hoje graças a essa iniciativa pioneira de Pedro Ometto, um novo pólo sucroalcooleiro foi implantado na região de Jaú onde existe quase uma dezena de unidades produtoras em franco progresso. Tudo isso teve como ponto de partida a implantação da Usina da Barra, no distante ano de 1946.

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