"No século XIX, com o advento da Revolução Industrial, a borracha converteu-se em matéria-prima primordial para a indústria automobilística, na fabricação de pneus, luvas, mangueiras.Sendo beneficiada em países da Europa como Bélgica, Espanha, e principalmente a Inglaterra, por ser esta a precursora do automobilismo.
Com a entrada dos Estados Unidos no mercado do látex e a implantação do processo de vulcanização da borracha que tornava o produto mais resistente ao calor e ao frio.
No ano de 1867 ocorreu a abertura para o tráfego de navios estrangeiros ao longo de toda a bacia amazônica. Era a época áurea, o fausto da borracha que incitava a uma série de lendas a respeito das fortunas dos Barões da Borracha, como por exemplo, de que estes acendiam seus longos charutos cubanos com notas de dinheiro incineradas. Porém, algo mais presente que simplesmente lendas restou daquela época.
Belém ainda abriga um riquíssimo patrimônio arquitetônico que remete ao requinte vivido. O palacete Bibi Costa, José Júlio de Andrade ou ainda O Castelinho, como é conhecido por alguns, é uma imponente construção que atualmente abriga a sede da AHIMOR a qual têm submetido o prédio a inúmeras reformas na tentativa de aproximar cada vez mais os detalhes degradados pelo tempo minuciosos e marcantes detalhes da construção original. Em 1904, por solicitação do major Carlos Brício Costa, o renomado engenheiro Francisco Bolonha iniciou a construção do palacete. A conclusão deu-se em 1905 conforme a placa de metal fixada na entrada da residência”.(Fonte: Governo do Pará)
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Italiani - De Angelis e seus companheiros no Teatro de Manaus
"O artista italiano Domenico de Angelis teve como ajudante a outros compatriotas, na qualidade de ajudantes, Silvio Centofanti, pintor e decorador que ficou residindo em Manaus; Artur Lucciani, o pintor Francesco Alegiani. O pintor Adalberto Andreis ainda ficou em Manaus durante muito tempo, pintando quadros, mas acabou regressando à Itália antes da primeira guerra mundial. Os demais adptaram-se à vida da região, constituíram família.
Antes da decoração do salão nobre, em 1896, o Teatro Amazonas estava avaliando na importância de cinco mil, setecentos e nove contos, setecentos quatorze mil e cento e vinte e hum réis (Rs$ 5.709.714,121). Após a decoração e s demais serviços que se arrastavam, calculou-se em mais de vinte contos de réis. (Fonte: Biblioteaca Virtual do Amazonas)
Antes da decoração do salão nobre, em 1896, o Teatro Amazonas estava avaliando na importância de cinco mil, setecentos e nove contos, setecentos quatorze mil e cento e vinte e hum réis (Rs$ 5.709.714,121). Após a decoração e s demais serviços que se arrastavam, calculou-se em mais de vinte contos de réis. (Fonte: Biblioteaca Virtual do Amazonas)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Italiani - O legado de Domenico De Angelis em Manaus (2)
"Não foi à toa que Crispim do Amaral, encarregado das obras decorativas do Teatro Amazonas, chamou De Angelis para executar as obras da Sala de Espetáculos e do Salão Nobre do Teatro Amazonas.
Na Sala de Espetáculos o ateliê do iminente artista providenciou o teto, com um tema alegórico neoclássico típico, de alegoria às faculdades humanas, à mitologia clássica e ao ambiente campestre.
Dominada por uma pérgola que se dispõe na direção da cúpula do próprio teatro, toda a ação passa-se mais em dispersão do centro e apontando para a parte dianteira onde o busto de Carlos Gomes foi pintado como referência mais importante dentro de um ambiente parnasiano.
O Salão Nobre do Teatro Amazonas, por sua vez, foi totalmente elaborado por De Angelis e Capranesi (a Sala de Espetáculos tem muitos outros objetos pré-fabricados, típicos da estética Art-Nouveau e que foram trazidos da França). O teto do Salão Nobre tem como tema a Glorificação das Artes no Amazonas, com as musas no desenvolvimento de suas habilidades.
O piso foi construído segundo um dos ofícios artísticos mais em voga na época, a da montagem de desenhos alusivos à natureza e grafismos, numa técnica que reúne centenas ou mesmo milhares de peças de madeira recortadas para este fim, chamada de marchetaria. A utilização de madeiras diferentes permitiu o contraste desejado para realçar os desenhos. Um conjunto de telas, pintadas por Capranesi (embora não assinadas) no ateliê da dupla romana, que se localizava na Praça Vittorio Emanuele na capital italiana, compreende temas da paisagem amazônica e uma delas em especial, baseia-se em «O Guarany».
A maior das pinturas, na parede da sala que dá para o lado interno do teatro, retrata Peri salvando Ceci do incêndio, conforme o argumento da ópera de Carlos Gomes. As colunas e a balaustrada do mezanino são obra de estucaria refinada e só ao olhar mais treinado diferenciam-se dos autênticos mármores das portadas da sala.
Um outro detalhe que revela a procedência da obra artística é a profusão de anjinhos (putti, no italiano, meninos) que foram pintados nos vãos superiores de junção das colunas, característicos da pintura acadêmica italiana de tendência religiosa. E ainda que o mobiliário deste salão de honra do Teatro Amazonas possa ter sido escolhido por Crispim do Amaral, assim como pode ter sido deste a idéia dos bustos junto às cimalhas das portas, foi o escultor Enrico Quatrini, da equipe de De Angelis quem certamente preparou o espaço para uns e fez os outros. Quatrini também é relacionado ao monumento de abertura dos portos do Amazonas, localizado na Praça de São Sebastião.
A equipe de De Angelis e Capranesi contava ainda com Francesco Alegiani e o arquiteto Sílvio Centofanti, que chegou a estabelecer escritório em Manaus, lecionou na Academia Amazonense de Belas Artes e sobre quem recaem responsabilidades como a pavimentação da mencionada praça de São Sebastião. O trabalho de De Angelis no Teatro Amazonas foi quase, certamente, um dos últimos de sua vida. Doente, partiu de Manaus às vésperas de falecer, na Itália, em março de 1900, o que o fez ser pranteado por quantos admiradores e amigos aqui deixou". (Biblioteca Virtual do Amazonas)
Dominada por uma pérgola que se dispõe na direção da cúpula do próprio teatro, toda a ação passa-se mais em dispersão do centro e apontando para a parte dianteira onde o busto de Carlos Gomes foi pintado como referência mais importante dentro de um ambiente parnasiano.
O Salão Nobre do Teatro Amazonas, por sua vez, foi totalmente elaborado por De Angelis e Capranesi (a Sala de Espetáculos tem muitos outros objetos pré-fabricados, típicos da estética Art-Nouveau e que foram trazidos da França). O teto do Salão Nobre tem como tema a Glorificação das Artes no Amazonas, com as musas no desenvolvimento de suas habilidades.
O piso foi construído segundo um dos ofícios artísticos mais em voga na época, a da montagem de desenhos alusivos à natureza e grafismos, numa técnica que reúne centenas ou mesmo milhares de peças de madeira recortadas para este fim, chamada de marchetaria. A utilização de madeiras diferentes permitiu o contraste desejado para realçar os desenhos. Um conjunto de telas, pintadas por Capranesi (embora não assinadas) no ateliê da dupla romana, que se localizava na Praça Vittorio Emanuele na capital italiana, compreende temas da paisagem amazônica e uma delas em especial, baseia-se em «O Guarany».
A maior das pinturas, na parede da sala que dá para o lado interno do teatro, retrata Peri salvando Ceci do incêndio, conforme o argumento da ópera de Carlos Gomes. As colunas e a balaustrada do mezanino são obra de estucaria refinada e só ao olhar mais treinado diferenciam-se dos autênticos mármores das portadas da sala.
Um outro detalhe que revela a procedência da obra artística é a profusão de anjinhos (putti, no italiano, meninos) que foram pintados nos vãos superiores de junção das colunas, característicos da pintura acadêmica italiana de tendência religiosa. E ainda que o mobiliário deste salão de honra do Teatro Amazonas possa ter sido escolhido por Crispim do Amaral, assim como pode ter sido deste a idéia dos bustos junto às cimalhas das portas, foi o escultor Enrico Quatrini, da equipe de De Angelis quem certamente preparou o espaço para uns e fez os outros. Quatrini também é relacionado ao monumento de abertura dos portos do Amazonas, localizado na Praça de São Sebastião.
A equipe de De Angelis e Capranesi contava ainda com Francesco Alegiani e o arquiteto Sílvio Centofanti, que chegou a estabelecer escritório em Manaus, lecionou na Academia Amazonense de Belas Artes e sobre quem recaem responsabilidades como a pavimentação da mencionada praça de São Sebastião. O trabalho de De Angelis no Teatro Amazonas foi quase, certamente, um dos últimos de sua vida. Doente, partiu de Manaus às vésperas de falecer, na Itália, em março de 1900, o que o fez ser pranteado por quantos admiradores e amigos aqui deixou". (Biblioteca Virtual do Amazonas)
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Italiani - O legado de Domenico De Angelis em Manaus (3)
" No dia 21 de agosto de 1897, o pintos italiano Domenico de Angelis assinou o primeiro contrato com o governo amazonense para a decoração do salão nobre do Teatro Amazonas, na importância de cento e vinte e dois mil e duzentos francos (Ft. 122,200). Esse contrato foi substituído por outros dois, de 1897 e de 1899, com o sentido de ampliar as decorações e pinturas e ornamentos, respectivamente nas importâncias de cento e vinte e sete contos, trezentos trinta mil e quinhentos (Rs. 127:330$500) e vinte e nove contos, cento cinqüenta e oito mil, seiscentos e oitenta réis (Rs. 29:158$680).
Decorações e Pinturas. De 1897 a 1899 foram feitas no salão nobre do Teatro Amazonas as seguintes obras e instaladas decorações e pinturas. a) "Plafond", alegoria pintada por Domenico de Angelis, sob o título "A glorificação das Belas Artes na Amazônia". Custo: 28:000 francos. b) Falsos gobelins fixando aspectos naturais do Amazonas, usos, costumes, fauna, além de óleo sobre tela referindo o episódio do salvamento de Ceci pelo índio Peri, quando o solar do pai daquela é tomado pelo fogo. A cena do romance de josé de Alencar - O GUARANI, foi bem explorada. Custou 40:000 francos. c) Um óleo sobre tela representando a segunda ponte de Manaus no dia de sua inauguração a cinco de julho de 1896. d) Pinturas de circunstância representando a onça de malha grande cocando a embiara, uma capivara. e) Outros detalhes: as garças pescadoras; borboletas azuis, palmares ao vento; além dos florões, ornamentálias no estilo clássico, anjos e numes. f) Os bustos de gesso sobre portais custaram 16:000 francos. g) Dezesseis colunas sobre armação de pedra e base de mármore de Carrara: 4:800 francos. h) Trinta e dois candelabros de crital (dezesseis de suspensão), custo: 15:360 francos. i) Soalho de "parquet", custo 30:000 francos pelo fornecimento do material e 12:101 francos pela mão de obra. Total: 42:101 francos. j) Dezesseis bases de mármore de Carrara para as colunas do salão nobre: 4:800 francos. k) Assentamento dos espelhos (fornecidos pelo governo) e candelabros de cristal por 780 francos". (Fonte: Biblioteca Virtual do Amazonas)
Decorações e Pinturas. De 1897 a 1899 foram feitas no salão nobre do Teatro Amazonas as seguintes obras e instaladas decorações e pinturas. a) "Plafond", alegoria pintada por Domenico de Angelis, sob o título "A glorificação das Belas Artes na Amazônia". Custo: 28:000 francos. b) Falsos gobelins fixando aspectos naturais do Amazonas, usos, costumes, fauna, além de óleo sobre tela referindo o episódio do salvamento de Ceci pelo índio Peri, quando o solar do pai daquela é tomado pelo fogo. A cena do romance de josé de Alencar - O GUARANI, foi bem explorada. Custou 40:000 francos. c) Um óleo sobre tela representando a segunda ponte de Manaus no dia de sua inauguração a cinco de julho de 1896. d) Pinturas de circunstância representando a onça de malha grande cocando a embiara, uma capivara. e) Outros detalhes: as garças pescadoras; borboletas azuis, palmares ao vento; além dos florões, ornamentálias no estilo clássico, anjos e numes. f) Os bustos de gesso sobre portais custaram 16:000 francos. g) Dezesseis colunas sobre armação de pedra e base de mármore de Carrara: 4:800 francos. h) Trinta e dois candelabros de crital (dezesseis de suspensão), custo: 15:360 francos. i) Soalho de "parquet", custo 30:000 francos pelo fornecimento do material e 12:101 francos pela mão de obra. Total: 42:101 francos. j) Dezesseis bases de mármore de Carrara para as colunas do salão nobre: 4:800 francos. k) Assentamento dos espelhos (fornecidos pelo governo) e candelabros de cristal por 780 francos". (Fonte: Biblioteca Virtual do Amazonas)
terça-feira, 8 de junho de 2010
Italiani - O legado de Domenico De Angelis em Manaus (1)
"Um dos nomes marcantes para as artes no Amazonas é do italiano Domenico De Angelis. Nascido em Roma em 1852 ou 1853, ele estudou na célebre Academia di San Luca, uma das mais antigas e renomadas escolas de arte, desde a sua fundação no Renascimento (século XVI).
Nesta escola, De Angelis teve como principais professores os Cavalieri Carta e Podesti, bem como Alessandro Marini, conhecido retratista daqueles dias.
O curso dos estudos numa Academia como a de San Luca incluíam concursos, provas de habilidade e um prestígio advindo de concorrências públicas, exames para obtenção de bolsas, etc. Caminhos semelhantes tomavam os formados na egrégia instituição, candidatando-se aos trabalhos mais cobiçados. De Angelis associou-se a Giovanni Capranesi, colega seu de academia e que mais tarde obteve o maior de todos os trunfos, sendo diretor em 1911 da Academia di San Luca. Com Capranesi, excelente pintor, De Angelis obteve triunfos de grande brilho.
Seu primeiro trabalho em conjunto foi em 1882, numa sala do Palácio Ferri, que rendeu-lhe os mais rasgados elogios de Luca Carimini, outro egresso da Academia di San Luca e que ostentava enorme prestígio naquele momento. Ao bem-sucedido início da dupla, seguiram-se mais trabalhos de importância igual como as decorações do Salão do Banco da Itália e do Salão de Bailes do Palácio Campanari, toda a idealização da câmara do Imperador da Germânia dentro do Quirinal e a pintura da Capela do Sagrado Coração na Igreja de São Inácio, para citar apenas alguns.
Justamente pela mestria no trabalho com temas sacros é que De Angelis foi convidado para vir ao Brasil pela primeira vez. Dom Antonio de Macedo Costa, Bispo do Pará, planejava um remodelamento para a Catedral de Belém e, com o apoio direto do imperador brasileiro e do Vaticano, conseguiu trazer o ateliê De Angelis/Capranesi para a execução dos trabalhos (1882)". (Fonte Biblioteca Virtual do Amazonas)
Nesta escola, De Angelis teve como principais professores os Cavalieri Carta e Podesti, bem como Alessandro Marini, conhecido retratista daqueles dias.
O curso dos estudos numa Academia como a de San Luca incluíam concursos, provas de habilidade e um prestígio advindo de concorrências públicas, exames para obtenção de bolsas, etc. Caminhos semelhantes tomavam os formados na egrégia instituição, candidatando-se aos trabalhos mais cobiçados. De Angelis associou-se a Giovanni Capranesi, colega seu de academia e que mais tarde obteve o maior de todos os trunfos, sendo diretor em 1911 da Academia di San Luca. Com Capranesi, excelente pintor, De Angelis obteve triunfos de grande brilho.
Seu primeiro trabalho em conjunto foi em 1882, numa sala do Palácio Ferri, que rendeu-lhe os mais rasgados elogios de Luca Carimini, outro egresso da Academia di San Luca e que ostentava enorme prestígio naquele momento. Ao bem-sucedido início da dupla, seguiram-se mais trabalhos de importância igual como as decorações do Salão do Banco da Itália e do Salão de Bailes do Palácio Campanari, toda a idealização da câmara do Imperador da Germânia dentro do Quirinal e a pintura da Capela do Sagrado Coração na Igreja de São Inácio, para citar apenas alguns.
Justamente pela mestria no trabalho com temas sacros é que De Angelis foi convidado para vir ao Brasil pela primeira vez. Dom Antonio de Macedo Costa, Bispo do Pará, planejava um remodelamento para a Catedral de Belém e, com o apoio direto do imperador brasileiro e do Vaticano, conseguiu trazer o ateliê De Angelis/Capranesi para a execução dos trabalhos (1882)". (Fonte Biblioteca Virtual do Amazonas)
Oriundi - O talento e o acervo do pintor Murilo La Grecca
"Filho de italianos, nascido em Palmares (Pernambuco), em 3 de agosto de 1899, Murilo La Grecca teve seu interesse artístico despertado no Recife, ainda criança, e sua formação construída entre o Rio de Janeiro – onde freqüentou o importante atelier Bernadelli – e Roma. De volta ao Recife, participa da fundação da Escola de Belas Artes, em 1939.
A anatomia humana é desenvolvida pelo artista ao longo da sua produção com forte influência da “Real Academia Del Nudo” onde estudou por 8 anos. Produziu intensamente por mais de 70 anos, deixando, por ocasião da sua morte, em julho de 1985, um acervo com 1.400 desenhos e 240 pinturas, cartas trocadas com Portinari e Giacometi, além de vários discos e mobiliários.
O Museu, instalado numa residência construída nos anos 60, de arquitetura modernista, foi inaugurado em 12 de dezembro de 1985, pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) com o objetivo de abrigar a coleção de obras do pintor – composta por desenhos de técnicas variadas como fusain, crayon, sanguínea, pastel, aquarela, “esfumato”, afresco e pinturas, além de objetos pessoais e mobiliários – doado, na sua integridade, à (FCCR), processo acompanhado na época pelo próprio pintor. O acervo foi catalogado e inventariado para constituir o que seria a Casa/Atelier do pintor, que veio a falecer antes da sua conclusão. No Museu também se encontram estudos feitos sobre uma obra executada na Basílica de Nossa Senhora da Penha, Os três Evangelistas, exemplo único no Brasil de um verdadeiro afresco". (Fonte: Prefeitura do Recife)
A anatomia humana é desenvolvida pelo artista ao longo da sua produção com forte influência da “Real Academia Del Nudo” onde estudou por 8 anos. Produziu intensamente por mais de 70 anos, deixando, por ocasião da sua morte, em julho de 1985, um acervo com 1.400 desenhos e 240 pinturas, cartas trocadas com Portinari e Giacometi, além de vários discos e mobiliários.
O Museu, instalado numa residência construída nos anos 60, de arquitetura modernista, foi inaugurado em 12 de dezembro de 1985, pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) com o objetivo de abrigar a coleção de obras do pintor – composta por desenhos de técnicas variadas como fusain, crayon, sanguínea, pastel, aquarela, “esfumato”, afresco e pinturas, além de objetos pessoais e mobiliários – doado, na sua integridade, à (FCCR), processo acompanhado na época pelo próprio pintor. O acervo foi catalogado e inventariado para constituir o que seria a Casa/Atelier do pintor, que veio a falecer antes da sua conclusão. No Museu também se encontram estudos feitos sobre uma obra executada na Basílica de Nossa Senhora da Penha, Os três Evangelistas, exemplo único no Brasil de um verdadeiro afresco". (Fonte: Prefeitura do Recife)
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Italiani - Giacomo Palumbo e o Palácio da Justica: monumento histórico do Recife
"O Palácio da Justiça é o edifício-sede do Poder Judiciário de Pernambuco e abriga em suas instalações o Tribunal de Justiça do Estado.
Registra a história que o Tribunal de Justiça de Pernambuco passou a existir mediante o alvará de D. João VI, de 6 de fevereiro de 1821.
À época, foi denominado Tribunal da Relação de Pernambuco e instalou-se num espaço dentro do antigo Colégio dos Jesuítas do Recife, em 13 de agosto de 1822. A sede do Tribunal foi transferida algumas vezes: do Colégio dos Jesuítas passou para o imóvel do antigo Erário (demolido em 1840), depois para o Palácio do Governo, em 12 de julho de 1838. Voltou para o Colégio dos Jesuítas, funcionou na Cadeia Velha, na rua do Imperador, até a sua extinção em 8 de janeiro de 1892, data em que fora criado o Superior Tribunal de Justiça. A partir de então, funcionou num prédio que ficava entre o atual Arquivo Público e a Secretaria da Fazenda até ocupar o imponente Palácio da Justiça, localizado na esquina da rua do Imperador Pedro II, com frente para o jardim da Praça da República.
Foi no governo de Sérgio Loreto que a construção do Palácio da Justiça recebeu atenção especial, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924, em comemoração ao primeiro centenário da Confederação do Equador. Neste início de século, o Recife já passava por modificações urbanas de influências européias, principalmente de Paris, as quais orientavam os melhoramentos e embelezamentos da cidade. Foram obras do governo Loreto: “a conclusão do Quartel e da praça do Derby; a construção da Avenida Beira-Mar (atual Av. Boa Viagem); a dragagem do porto do Recife e ampliação de alguns cais e armazéns para permitir a entrada e acostamento de grande navios; a construção da segunda linha adutora do Gurjaú, e das estradas entre Floresta-Cabrobó-Boa Vista e entre Floresta-Salgueiro-Leopoldina-Ouricuri; restaurou prédios escolares e deu especial atenção à formação de professores”. O local escolhido para erguer o Palácio da Justiça (ilha de Antonio Vaz, bairro de Santo Antonio) fora ocupado por cinco edificações, na Rua João do Rego, e pelos prédios do Quartel da Força Pública e do convento dos frades de São Francisco (a antiga ala das enfermarias): o primeiro, voltado para a Praça da República; o segundo, se projetava em direção a mesma praça.
O projeto para a construção do Palácio da Justiça, em estilo eclético, aprovado em 1924 pelo engenheiro-chefe das Obras Complementares do Porto, é do arquiteto italiano, formado pela Escola de Belas Artes de Paris, Giácomo Palumbo (1891-1966), com a colaboração de Evaristo de Sá. Foi o quarto projeto apresentado. O primeiro, no ano de 1917, do arquiteto Heitor Mello, professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O segundo, de Giácomo Palumbo, em estilo Luiz XVI, em dimensões menores que o projeto aprovado; e o terceiro, do arquiteto e pintor Henrique Moser.
A construção do edifício do Palácio da Justiça levou cerca de seis anos para ser concluída (foi inaugurado em 7 de setembro de 1930, no governo de Estácio Coimbra) e teve momentos de paralisação: em 29 de dezembro de 1926, com obras reiniciadas em 7 de março de 1928. Inclusive, quando do reinício dos trabalhos o projeto fora reelaborado pelo próprio arquiteto Palumbo, a pedido da Diretoria de Obras Públicas que assumira os trabalhos. Entretanto, no governo de Carlos de Lima Cavalcanti o Palácio da Justiça foi totalmente concluído: houve a aquisição do mobiliário e o acabamento final nos ambientes do edifício. O Palácio abrange uma superfície de 2.506m2 e tem cinco pavimentos. A cúpula é um pouco rebaixada do que deveria ser no projeto original. Os vitrais são do alemão Heinrich Moser e representam a 1ª Assembléia Legislativa do Estado. É também de sua autoria um quadro que representa a Justiça e que pode ser visto na atual sala das sessões do Tribunal Pleno.
Na fachada, em frente à cúpula, encontram-se dois grupos de esculturas alegóricas a justiça e à lei, intitulados 'A Justiça e a Família' e 'A Justiça e o Homem', do artista pernambucano Bibiano Silva. São também de sua autoria os bustos dos juristas pernambucanos [Francisco de] Paula Batista e Gervásio Pires, localizados na Sala dos Passos Perdidos. Da sua inauguração até os nossos dias, o interior do Palácio, no que se refere aos ambientes e seus usos, sofreu muitas modificações. A exemplo deste fato, a Sala de Casar, onde eram realizados casamentos civis, hoje é ocupada pelo imponente Salão Nobre. A cidade do Recife, desde o início da década de 1930, pode então contemplar quatro monumentos históricos na Praça da República: os Palácios do Governo e da Justiça, o Teatro Santa Isabel e o Liceu de Artes e Ofícios. É parada obrigatória como ponto turístico de Pernambuco.(Fonte:Virgínia Barbosa - Bibliotecária Fundação Joaquim Nabuco)
À época, foi denominado Tribunal da Relação de Pernambuco e instalou-se num espaço dentro do antigo Colégio dos Jesuítas do Recife, em 13 de agosto de 1822. A sede do Tribunal foi transferida algumas vezes: do Colégio dos Jesuítas passou para o imóvel do antigo Erário (demolido em 1840), depois para o Palácio do Governo, em 12 de julho de 1838. Voltou para o Colégio dos Jesuítas, funcionou na Cadeia Velha, na rua do Imperador, até a sua extinção em 8 de janeiro de 1892, data em que fora criado o Superior Tribunal de Justiça. A partir de então, funcionou num prédio que ficava entre o atual Arquivo Público e a Secretaria da Fazenda até ocupar o imponente Palácio da Justiça, localizado na esquina da rua do Imperador Pedro II, com frente para o jardim da Praça da República.
Foi no governo de Sérgio Loreto que a construção do Palácio da Justiça recebeu atenção especial, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924, em comemoração ao primeiro centenário da Confederação do Equador. Neste início de século, o Recife já passava por modificações urbanas de influências européias, principalmente de Paris, as quais orientavam os melhoramentos e embelezamentos da cidade. Foram obras do governo Loreto: “a conclusão do Quartel e da praça do Derby; a construção da Avenida Beira-Mar (atual Av. Boa Viagem); a dragagem do porto do Recife e ampliação de alguns cais e armazéns para permitir a entrada e acostamento de grande navios; a construção da segunda linha adutora do Gurjaú, e das estradas entre Floresta-Cabrobó-Boa Vista e entre Floresta-Salgueiro-Leopoldina-Ouricuri; restaurou prédios escolares e deu especial atenção à formação de professores”. O local escolhido para erguer o Palácio da Justiça (ilha de Antonio Vaz, bairro de Santo Antonio) fora ocupado por cinco edificações, na Rua João do Rego, e pelos prédios do Quartel da Força Pública e do convento dos frades de São Francisco (a antiga ala das enfermarias): o primeiro, voltado para a Praça da República; o segundo, se projetava em direção a mesma praça.
O projeto para a construção do Palácio da Justiça, em estilo eclético, aprovado em 1924 pelo engenheiro-chefe das Obras Complementares do Porto, é do arquiteto italiano, formado pela Escola de Belas Artes de Paris, Giácomo Palumbo (1891-1966), com a colaboração de Evaristo de Sá. Foi o quarto projeto apresentado. O primeiro, no ano de 1917, do arquiteto Heitor Mello, professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O segundo, de Giácomo Palumbo, em estilo Luiz XVI, em dimensões menores que o projeto aprovado; e o terceiro, do arquiteto e pintor Henrique Moser.
A construção do edifício do Palácio da Justiça levou cerca de seis anos para ser concluída (foi inaugurado em 7 de setembro de 1930, no governo de Estácio Coimbra) e teve momentos de paralisação: em 29 de dezembro de 1926, com obras reiniciadas em 7 de março de 1928. Inclusive, quando do reinício dos trabalhos o projeto fora reelaborado pelo próprio arquiteto Palumbo, a pedido da Diretoria de Obras Públicas que assumira os trabalhos. Entretanto, no governo de Carlos de Lima Cavalcanti o Palácio da Justiça foi totalmente concluído: houve a aquisição do mobiliário e o acabamento final nos ambientes do edifício. O Palácio abrange uma superfície de 2.506m2 e tem cinco pavimentos. A cúpula é um pouco rebaixada do que deveria ser no projeto original. Os vitrais são do alemão Heinrich Moser e representam a 1ª Assembléia Legislativa do Estado. É também de sua autoria um quadro que representa a Justiça e que pode ser visto na atual sala das sessões do Tribunal Pleno.
Na fachada, em frente à cúpula, encontram-se dois grupos de esculturas alegóricas a justiça e à lei, intitulados 'A Justiça e a Família' e 'A Justiça e o Homem', do artista pernambucano Bibiano Silva. São também de sua autoria os bustos dos juristas pernambucanos [Francisco de] Paula Batista e Gervásio Pires, localizados na Sala dos Passos Perdidos. Da sua inauguração até os nossos dias, o interior do Palácio, no que se refere aos ambientes e seus usos, sofreu muitas modificações. A exemplo deste fato, a Sala de Casar, onde eram realizados casamentos civis, hoje é ocupada pelo imponente Salão Nobre. A cidade do Recife, desde o início da década de 1930, pode então contemplar quatro monumentos históricos na Praça da República: os Palácios do Governo e da Justiça, o Teatro Santa Isabel e o Liceu de Artes e Ofícios. É parada obrigatória como ponto turístico de Pernambuco.(Fonte:Virgínia Barbosa - Bibliotecária Fundação Joaquim Nabuco)
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