domingo, 17 de janeiro de 2010

História 26- Italianos na Revolução Farroupilha – Especial Garibaldi (5)


Na epopéia de Garibaldi no Brasil, vários episódios merecem destaque como a conquista de Laguna onde entram em cena os famosos lanchões construídos nno estaleiro de Camaquã (RS).

A Marinha Imperial Brasileira controlava os principais meios de comunicação da Província, a Lagoa dos Patos, entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande e a maior parte dos rios navegáveis.

O fator estratégico de maior efeito a favor do Império era o bloqueio da barra da Lagoa dos Patos, único acesso ao porto de Rio Grande, por onde desembarcavam continuamente os reforços imperiais. A República, na segunda parte do confronto procurava manter a supremacia conquistada na região geográfica da serra do sudeste do Rio Grande do Sul, de relevo irregular e com apenas um rio que comunicava com a Lagoa dos Patos, o Camaquã.

Foi preciso engendrar uma manobra incomum para conquistar um ponto que pudesse ligar o Rio Grande dos farrapos com o mar. Este ponto era Laguna, em Santa Catarina. O primeiro passo era constituir a Marinha Rio-Grandense.

No site doInstituto Gaúcho de Tradição e Folclóre  (órgão governamental) existe uma página dedicada à questão dos transportes na Revolução Farroupilha. As embarcações dos farrapos são assim descritas.

"Garibaldi recebeu a missão de construir barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o maior "Rio Pardo", também referido como “Farroupilha”, com aproximadamente 30 toneladas; e o outro era o “Seival”, com o peso não superior a 25 toneladas".

No mesmo site é abordada a questão do transporte dos lanchões .

 "Os dois enormes lanchões foram construídos numa fazenda do município de Camaquã de onde foram arrastados, por aproximadamente 80km, passando por Palmares do Sul e Tramandaí. Garibaldi mandou então construir duas carretas, de tamanho e solidez que suportassem os lanchões. Um hábil carpinteiro chamado Abreu foi o encarregado de executar a encomenda, calculada pessoalmente por Garibaldi".


"Cada uma das carretas tinha dois eixos reforçados e quatro rodas, com cubos de 80 cm, 3,20 m de raio, 30 cm de largura e 10 barras de raio em cada uma delas sobre carreta de 8 rodas, por cerca de 200 bois. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno. As lanchas seriam usadas para romper o cerco e fazer a tomada de Laguna – Santa Catarina. Este foi o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos lances de combate mais geniais da história".

"Depois de tantas batalhas, o guerreiro “SEIVAL”, um barco que navegou por terra e mar, teve um triste fim. Ficou esquecido no Porto de Laguna até desaparecer. Uma réplica do “SEIVAL” em cima de sua carreta, foi mandada construir no ano de 1970 pelo então Presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici. A réplica permaneceu em exposição no Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osorio, sobre o trajeto realizado pelos lanchões originais. Atualmente, esta embarcação não está mais disponível para visitação, apenas uma réplica em miniatura encontra-se no local.

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