sábado, 27 de fevereiro de 2010

Oriundi - Padre Busato: igreja e política na história de Erechim, no Rio Grande do Sul

 Um personagem marcante da história da cidade gaúcha de Erechim foi o padre Benjamin Busato, filho de italianos, que mereceu a atenção da pesquisadora Sonia Mári Cima. Na dissertação de mestrado Padre Busato: um protagonista na história de Erechim (1926 - 1950) pela Universidade de Passo Fundo ela relata influência política do religioso no cotidiano daquela cidade entre 1926-1950.

"No período referido (1926-1950), observa-se um envolvimento muito grande de
padre Benjamin com a sociedade local e regional, expresso nas eleições municipais ou de
outras esferas, nas atividades da Ação Católica e Liga Eleitoral Católica, na formação do
Círculo Operário Erechinense, nas atividades como presidente da Associação Rural, na
tentativa de criação de cooperativas, nas iniciativas de construção do Hospital de Caridade,
do Colégio São José e da Igreja São José e noutras influências sociais, como a busca de
produtos – o sal e o querosene –, quando da escassez provocada pela Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), e na defesa dos descendentes de italianos pelo nacionalismo do
Estado Novo (1937-1945)".
 
"O personagem deste estudo, padre Benjamin Busato, nasceu no dia 27 de junho de 1902 em Nova Palma,28 Rio Grande do Sul. Seus avós paternos foram Basílio e Julia Busato, e avós maternos, Antônio e Maria Ruaro. Sobre seu avô Antônio Ruaro encontramos este registro em Sponchiado

"O próprio padre Benjamin Busato, que utilizava o codinome “Chico Tasso” em seus escritos, destaca nas crônicas sobre seu avô: (...) 'Recordo uma história de meu avô. Meu avô vinha das montanhas dos Alpes, divisa entre Suíça e Itália, onde ao tempo êle vingava um perigoso contrabando de fumo, visto como tudo que fosse tabaco ou tabacaria era do Govêrno como o eram o fósforo, sal e selos de correio.' "

"Os ascendentes familiares do padre Benjamin eram italianos, desenvolviam atividades ligadas à agricultura e tinham o sonho de adquirir propriedades e obter autonomia. Ludibriados pela propaganda da América como uma terra de esperança e farturas, informações nem sempre condizentes com a realidade de preencher espaços demográficos ou mão-de-obra, eles vieram para o Brasil através da política oficial de imigração. Vale Vêneto e Nova Palma foram os espaços onde cresceu o padre Benjamin"

“Os vinte e quatro anos de liderança do padre Benjamin Busato na igreja São José, apesar dos cinqüenta anos que nos separam desde seu afastamento, são marcantes para os habitantes de Erechim, sobretudo para os que o conheceram pessoalmente. Para entender esta afirmação, destacamos, primeiramente, a participação política de padre Benjamin, com grande evidência à sua função de vereador, desempenhada de 1946 a 1947 e como presidente, na época denominado Conselho Administrativo, além de sua indicação, em 1945, como candidato à Assembléia Legislativa, pelo PSD".

"Ele assumiu a liderança como vigário de uma paróquia com a função de transmitir as bases espirituais para o povo, porém uma das suas principais preocupações foi o acompanhamento social e político do desenvolvimento de Erechim. Outra consideração, não menos importante, é a influência comprovada que o padre Busato exerceu nas eleições quer locais, quer estaduais ou nacionais, confrontando-se com autoridades locais, ou de partidos diferentes, como foi o caso criado com o prefeito Amintas Maciel em 1933 e por ter assumido o papel de cabo eleitoral de alguns candidatos, como do prefeito Attilano Machado, em 1928, e do deputado estadual Adroaldo Mesquita da Costa, em 1933, 1934 e 1946".

"A atuação de nosso biografado baseava-se em sua função como religioso, exercendo enorme controle sobre as comunidades rurais italianas, imbuído do espírito da Liga Eleitoral Católica ou da Ação Católica, ou na organização de associações trabalhistas. 116 No Rio Grande do Sul, sob a orientação de dom João Becker, arcebispo de Porto Alegre, o padre Benjamin orientou seu trabalho para a organização popular em torno da Igreja Católica, buscando a reestruturação da instituição no pós-30".

"Foi esse um período em que a sociedade brasileira passava por mudanças estruturais, sociais, políticas e econômicas e no qual a Igreja Católica passou a disputar espaço junto ao poder do Estado, quase sempre assumindo a organização de instituições como o Círculo Operário Erechinense, a Associação Rural, o Hospital de Caridade, o Colégio São José e a construção da igreja São José. A ação centralizadora do padre Benjamin refletiu-se na organização da sociedade erechinense em meio à disputa entre Estado e Igreja por espaço político, destacando-se sempre sua participação mais no plano político do que no religioso, o que nos leva a deduzir do respeito que tinha na comunidade, pois o encaminhamento de todas as questões referentes ao município se iniciava ou passava por sua orientação".

"Em meio à necessidade de organização social, à inexistência de elementos materiais e estruturais em Erechim, o padre Busato exercia o papel de autoridades legais, encaminhando as questões sociais e assumindo a função de mediador messiânico nos conflitos entre pessoas e grupos. O personagem padre Busato apresenta-se não como um padre burocrático, restrito às funções religiosas, a registros catequéticos, mas abrange um universo de aspectos, remetendo a uma figura que se impunha e angariava o respeito e a obediência da população erechinense. Era assim que via sua missão de padre. O religioso marcou seu apostolado com seus escritos e com sua palavra".

"Teve numerosos artigos publicados em jornais locais e seus sermões eram fluentes pela profundidade de suas idéias e de seus conhecimentos, denotando domínio da escrita e da palavra, que utilizava para participar social e politicamente nos assuntos de interesse dos erechinenses. Em todo o período do exercício de suas funções na paróquia São José, seu envolvimento social e político superou o religioso, até mesmo em seus escritos, nos quais destacou muito mais temas políticos e sociais do que religiosos".

"Assim, também ficou marcado na sociedade erechinense como um padre político, que se manifestava, que assumia posições e era muito influente no meio rural, especialmente entre os descendentes de imigrantes italianos. Apesar de já se terem passados cinqüenta anos e se vivenciado inúmeras transformações radicais, tanto política quanto religiosamente, comentar sobre um afastamento ou licenciamento ainda causa certo receio às pessoas, as quais preferem, por 117 isso, conduzir o assunto pelo viés político, evitando o religioso".

"Isso foi observado muitas vezes no decorrer dos relatos, dando-nos a impressão de que se criou um “pacto de silêncio” em torno do fato da saída de padre Busato em 1950, apesar de se observar uma lacuna documental desde 1948 no Livro-Tombo da paróquia São José, ou seja, não há registros a partir desta data, só retomados com a posse do padre Gregório Comassetto em 1950. Esse comportamento parece fazer sentido por se tratar de um religioso e, sobretudo, uma autoridade local; portanto, misticismo, medo e controle pressionam a sociedade a não expressar seu julgamento sobre o caso".

Italianità: Raízes tocam a fundo a juventude de Erechim, no Rio Grande Do Sul

A marca da etnia italiana é muito forte na cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul,. Essas raízes são ainda hoje cultivadas inclusive pelos jovens.

Exemplo disso é o trabalho da Associazione della Gioventù Veneta di Erechim, entidade que congrega os jovens de origem vêneta da cidade Erechim e das regiões norte e nordeste do Rio Grande do Sul, Brasil. A  entidade tem um  BLOG que é uma antena para a italianidade no Rio Grande do Sul. 


Nos anos 20 a cidade de Erechim  tinha 1.500 habitantes. Destes, 90% eram descendentes de italianos, tanto na cidade como no interior. Muitos vieram diretamente da Itália, especialmente da Região Veneto. As Terras Velhas, hoje municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Antônio Prado contribuíram grandemente na imigração italiana em Erechim e Região.
 As primeiras famílias chegaram em nossa cidade por volta de 1910 através da Ferrovia. Entre os pioneiros, encontramos nomes como Antenor Pedrollo, Paulo e Elisa Vacchi, Eugênio Isoton, PedroLongo, José Bonaldo, Bortolo Balvedi, João Massignan, Júlio Trombini, João Carlone e Attilio Assoni - que instalou o primeiro engenho de serra e a primeira casa de alvenaria.

Os imigrantes italianos, ao longo de várias décadas foram modificando a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. É importante ressaltar que a maioria dos imigrantes vinham em busca de uma vida melhor para si e para seus filhos.



Arquitetura – Italianos na construção da cidade planejada de Belo Horizonte (3)

Marcel de Almeida Freitas, antropólogo (UFMG), mestre em Psicologia Social (UFMG), professor da Faculdade da Cidade de Santa Luzia (disciplinas História da Arte, Psicologia e Antropologia), autor do trabalho A influência Italiana na arquitetura de Belo Horizonte,  conta como foi a disposição geográfica dos imigrantes italianos na capital de Minas Gerais, belo Horizonte entre 1910 e 1920.


“Italianos da classe média ligados ao varejo instalaram-se no Centro de Belo Horizonte, nas avenidas Santos Dumont e Paraná – já que a Rua Caetés era dominada pelo comércio sírio-libanês, judeu e armênio – nas décadas de 1910-20. Suas residências se localizavam em geral na Avenida Olegário Maciel e Rua Guarani. Com isso, favoreceram a transformação arquitetônica da região com novos estilos e tipos de moradia, introduzindo, por exemplo, o hábito das vilas internas, onde viviam várias famílias".

"Tais vilas se distinguiam das construídas pelos portugueses no Rio de Janeiro e em São Paulo, porque, no estilo ibérico, o uso de fontes internas e o pátio mourisco eram a tônica. No entanto, muitos italianos, assim como imigrantes de outras procedências, viviam já em processo de enfavelamento. As duas zonas mais conhecidas, no período da construção de Belo Horizonte, que abrigavam a população miserável eram a Fazenda do Leitão (hoje Bairro Santo Antônio) e o Morro da Estação (Favela da Estação, hoje Bairro Floresta). Ali moravam em barracões de zinco ou em cafuas de madeira, ao lado de negros ex-escravos e migrantes de outras partes do Brasil. Eram 'dois bairros mescladíssimos e turbulentos, sobretudo à noite e nos dias de descanso' (BARRETO, 1996, p. 369)".

"Nos bairros Santa Tereza e Santa Efigênia viviam italianos de origem humilde, muitos empregados na construção civil, assim como nas indústrias recém-instaladas: predominavam as tecelagens e as fábricas de massas. Uma rua com o nome de Gennaro Masci, no bairro Horto, que liga as ruas Pouso Alegre e Salinas, é emblemática da presença italiana em Belo Horizonte, especialmente na zona leste. Outro exemplo é a travessa Romano Stocchiero em Santa Efigênia, entre as ruas Padre Rolim e dos Otoni".

"Também a região do Barreiro recebeu considerável contingente de italianos, destacandose aí a família Gatti. Além de trazer formas associativas, como sindicatos e associações de beneficência mútua, essa imigração também contribuiu para a inserção do futebol no país, mais especificamente nas grandes cidades do Sudeste (Cruzeiro, Palmeiras, entre outros)".

"No Bairro Lagoinha existiu um importante exemplar da participação italiana na arquitetura de Belo Horizonte. Conforme Noronha (2001), a Casa da Loba foi construída na década de 1920 por Octaviano Lapertosa para João Abramo, o proprietário. Hoje nada restou Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v.14 - n.15 - dezembro 2007 156 da belíssima residência em estilo neoclássico italiano, somente fotografias. Outra ilustração é a bem preservada casa da família Falci, à Avenida Bias Fortes, 197. Em estilo neoclássico com elementos renascentistas, o suntuoso palacete é preservado porque a família é consciente da sua importância e dos significados simbólicos em torno do seu patriarca".

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Arquitetura – Italianos na construção da cidade planejada de Belo Horizonte (2)


Na cidade de Belo Horizonte ainda persistem marcas da influência de arquitetos italianos que participaram ativamente da urbanização local. É o que relata Marcel de Almeida Freitas, antropólogo (UFMG), mestre em Psicologia Social (UFMG), professor da Faculdade da Cidade de Santa Luzia (disciplinas História da Arte, Psicologia e Antropologia), autor do trabalho A influência Italiana na arquitetura de Belo Horizonte (Foto: Minas Tênis Clube) .

"Embora os modelos arquitetônicos fossem europeus, a arquitetura de Belo Horizonte teve a influência da mão-de-obra de imigrantes pobres que chegavam ao Brasil aos milhares, especialmente italianos, espanhóis e portugueses. Destarte, desde arquitetos e engenheiros até mestres-de-obras e 'pedreiros', a influência italiana na arquitetura de Belo Horizonte, entre 1900 e 1940, é indelével. Um dos estilos vindos com os estrangeiros é aqui abordado, o art déco". (Foto: Hospital Felicio Rocho)

"Em linhas gerais, o art déco caracteriza-se pela simétrica/axial com acesso centralizado ou valorizando a esquina (no plano horizontal), articulação de volumes geometrizados e simplificados (varandas semi-embutidas) ou sucessão de superfícies curvas (aerodinamismo), linguagem formal tendente à abstração (contenção expressiva dos ornamentos decorativos, quase sempre em alto e baixo relevo)"


"Em Belo Horizonte os edifícios mais significativos dessa fase são, entre outros, a Prefeitura Municipal, os colégios Marconi, Pio XII e Izabela Hendrix, o Minas Tênis Clube, os hospitais Felício Rocho (Felicio Rosso), Odilon Behrens, Santa Casa de Misericórdia e a Igreja São Francisco das Chagas. Entre os arquitetos e/ou engenheiros italianos mais atuantes nos primórdios de Belo Horizonte (1920- 1940) e responsáveis pela introdução do estilo, cabe sublinhar Luis Olivieri, Luis Signorelli, Raffaello Berti (projetou o Minas Tênis Clube - foto), Américo Gianetti e Romeo di Paoli. Esse último foi quem projetou o Hotel Imperial Palace"

Arquitetura – Italianos na construção da cidade planejada de Belo Horizonte (1)

Marcel de Almeida Freitas, antropólogo (UFMG), mestre em Psicologia Social (UFMG), professor da Faculdade da Cidade de Santa Luzia (disciplinas História da Arte, Psicologia e Antropologia), é autor do trabalho  A influência Italiana na arquitetura de Belo Horizonte . O texto apresenta notas sobre a interferência da imigração italiana na urbanização de Belo Horizonte e a influência de trabalhadores italianos na construção da capital.  Na foto, o postal do Palacete Dantas - obra de Luis (Luigi) Olivieri

“Sob o ponto de vista da arquitetura e do urbanismo, a história de Belo Horizonte é idiossincrática, já que foi planejada segundo os modelos de modernização que transformaram urbes como Paris, por exemplo, e fizeram surgir outras, planejadas, como La Plata e Canberra, respectivamente na Argentina e na Austrália. Assim nascia Belo Horizonte em 1897, embalada pelos valores de 'progresso e ordem', caros ao positivismo, paradigma filosófico-científico que ditava mentalidades e práticas sociais em diferentes campos. Sob a égide do ethos evolucionista, os republicanos de Minas Gerais queriam construir uma cidade diversa do passado barroco, colonial e escravocrata que até então marcara o Estado e o país”.

"Quando a cidade começou a ser efetivamente construída, os trabalhos requisitavam um batalhão. (....) Na construção de Belo Horizonte alguns engenheiros de origem italiana já se destacavam entre os muitos europeus, como o Dr. Burlamaqui, Gustavo Farnese e Adolfo Radice. Os empreiteiros Afonso Massini e Carlos Antonini destacaram-se na construção do ramal ferroviário que ligava as estações Minas e General Carneiro, o que facilitou a vinda de pessoas do Rio de Janeiro para Belo Horizonte".

"No ramo da exploração calcária, sobressaiu o descendente de italianos J. Orlandini, proprietário da pedreira Acaba Mundo a partir de 1895. Segundo informações colhidas por Barreto (1996), Carlos Antonini nasceu na Itália em 1839 e faleceu em Belo Horizonte em 1913. Antes de emigrar, foi oficial do exército italiano. Atuou nos ramos de engenharia, como arquiteto, projetista, industrial e construtor. Dentre suas obras destaca- se a parte posterior do Palácio da Liberdade. Projetou e construiu sua própria residência, localizada nas esquinas das ruas Bahia e Bernardo Guimarães, prédio que abrigou por muito tempo a Escola Ordem e Progresso, hoje tombado pelo Iepha".

"Outro italiano que despontou nas artes e arquitetura da nova capital foi Luis Olivieri. Formado em Florença, integrou a comissão construtora como desenhista e, em 1897, criou o primeiro escritório particular desse ofício na cidade. Em 1911 realizou a primeira exposição de arquitetura da capital (BARRETO, 1996). Projetou, dentre muitas obras, o Palacete Dantas (atual Secretaria de Cultura, de 1916) e o atual Psiu (antigo Bemge, na Praça Sete)".

"No suprimento de materiais para a construção civil, a todo vapor naquela época, foram importantes os Papini, que introduziram as telhas francesas, instalando cerâmicas na região do atual Bairro Saudade, e os Antonini, que produziam tijolos na estrada antiga entre Sabará e Belo Horizonte, hoje Bairro Cardoso. Nos primeiros anos de Belo Horizonte, o Sr. Alberto Bressane Lopes ergueu uma vila de casas para aluguel nas ruas Grão Mogol e Alfenas, com o intuito de atender à grande demanda de habitações da capital. Outra vila foi por ele construída na Rua Rio Grande do Norte, chamando-se Villa Bressane.

"Em julho de 1896, Belo Horizonte recebia a visita do Sr. Alessandro D’Atri, figura importante na Itália. Em palestra aos que trabalhavam nas obras da cidade, elogiou a maneira como eram tratados seus conterrâneos e a operosidade da comissão. 'O que mais o admirou foi que (...) em cima dos altos andaimes, em torno das construções e embaixo de cobertas de zinco, cantavam e assobiavam alegremente os operários, italianos em sua maioria, assentando pedras, tijolos, amassando argamassas' (BARRETO, 1996, p. 643)".

A empreitada (“tarefa”) da nova Igreja Nossa Senhora do Rosário, situada na esquina da Rua Tamoios com Avenida Amazonas, ficou a cargo de um descendente de italianos, o Sr. Afonso Massini. A Secretaria das Finanças, atual Secretaria de Estado da Fazenda, foi edificada pelos tarefeiros José e Caetano Tricolli. João Morandi, por sua vez, foi um arquiteto e escultor bastante ativo na comissão construtora. Era nascido na parte italiana da Suíça, na cidade de Lugano. Antes de chegar a Belo Horizonte atuou na construção da cidade de La Plata, na Argentina, até 1896. Trabalhou na ornamentação interna de diversos logradouros: Palácio da Liberdade, antigo Museu de Mineralogia, Instituto de Educação, Igreja São José, Igreja Nossa Senhora do Rosário”.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

História (83 ) – “Far l´America (51)": Imigração e laços de família


A pesquisadora Maria Silvia Beozzo Bassanezi (UNICAMP) mostra o impacto do componente família no percurso da grande imigração, colocando em destaque o significado do núcleo familiar no contexto da chegada e enraizamento dos italianos no Brasil.

A seguir, trechos do trabalho Família e Imigração Internacional no Brasil do Passado (foto: familia Cillos, imigrantes em Santa Bárabara - SP - 1910 - Fonte Prefeitura Municipal)


 
 

História ( 82) – “Far l´America ( 50)": Navios e famílias que cruzaram o Atlântico

Um interessante trabalho de pesquisa sobre imigração italiana pode ser encontrado no site   Arquivo Histórico de Além Paraíba Estado de Minas Gerais. Os pesquisador Fernando Julio Korndörfer, por exemplo, é autor do trabalho projeto Chegada de Navios, que conta atualmente com mais de 4000 movimentações de embarcações pesquisadas, saindo e entrando em portos brasileiros entre 1800 e 1900.

Seu objetivo é colocar ao alcance dos pesquisadores, de forma confiável, tanto as informações sobre as chegadas de navios quanto as de seus passageiros, quando existentes. Korndörfer também elaborou uma lista indicando nome e local dos núcleos coloniais criados no Brasil Imperial bem como aqueles criados após o fim da monarquia.