Na região nordeste do Estado de São Paulo, o município de Vargem Grande do Sul também recebeu imigrantes italianos no final do século XIX. A cidade conta, hoje, com um Circolo Italiano que em seu site relata, brevemente, como foi a chegada de vênetos, piemonteses e lombardos
"Entre os anos de 1895 e 1900 a população do município (1.300 habitantes) aumentou em 50%, por causa da vinda dos imigrantes italianos. Vargem Grande do Sul possui, atualmente, mais de 3.000 famílias descendentes de italianos, o que corresponde a mais de 40% das pessoas aqui residentes;
Ressalte-se que, na década de 70, os descendentes de italianos perfaziam 60% da população total. Os 600 imigrantes diretos que vieram para a cidade tiveram uma descendência de aproximadamente 2.600 filhos, dos quais, 1.900 são falecidos; os outros 700, ainda vivos, estão distribuídos entre Vargem Grande do Sul (cerca de 40%), outras cidades do estado e outros estados.
Do norte da Itália - especialmente das regiões do Veneto, da Lombardia e do Piemonte – vieram 65% dos imigrantes italianos. As cidades eram Veneza, Verona, Treviso, Rovigo,Bergamo e Mantova. Do sul da Itália e da Sicilia, basicamente das cidades de Napoli, Caserta e Caltanisseta, veio 15% da população imigrante. O restante (20%) veio das cidades de Lucca, Roma e Aquila, localizadas nas regiões da Toscana, Lazio e Abruzzo. Itaguassu, Boa Vista, Barro Preto, Santa Cristina, Cafundó, Três Barras, Conquista, Monte Alto, Fartura, Boa Esperança, Chapadão, Barreirinho, Santana, Graminha eram as Fazendas de café que recebiam os imigrantes italianos. Seus proprietários levavam os sobrenomes de Costa, Garcia, Fontão, Parreira, Carvalho, Figueiredo, Ribeiro, Lima, Leal, entre outros.
As fazendas de café e a imigração foram responsáveis pelo desenvolvimento sócio-econômico do pequeno Distrito de Paz, depois Vila e finalmente município de Vargem Grande do Sul.
O fluxo de imigrantes italianos para a cidade foi mais intenso entre os anos de 1890 e 1900 - 60% dos imigrantes vieram nesta época. Porém, os italianos já se faziam presentes na década anterior (principalmente entre os anos de 1888 e 1889): Paolo Cossi, Domingos Passoni, Luiz Indrigo, Rosa Rigamonte, Emilio Baizi, João e Angela Canal, Antonio e Luiza Longhini, Augusto Chiavegati, Angelo e Davi Bedin, Luiz e Anibal Mazetto, Carlos e Josefa Maltempi.
Estas pessoas são consideradas como os primeiros imigrantes italianos que vieram para Vargem Grande do Sul.
"Longe da pátria-mãe, os imigrantes defrontavam-se com situações novas que deveriam resolver, e sozinhos. Sentindo-se sós, juntavam-se as diferentes famílias, para ajudar-se mùtuamente. E exatamente por isso, nasceria a atual SBB (antiga Societá de Mutuo Socorso). Muitos nem sabiam ler e escrever; mas sempre tinha alguém que ajudava, até na contabilidade doméstica. Era o que fazia, por exemplo, o italiano Caetano Cipolla; em troca, preparavam "rua de café" para ele carpir, arruar e tirar mato. Era o sistema italiano de débito e crédito". TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO VARGEM GRANDE DO SUL, EM PROSA, VERSO E FOTOS.
Alguns imigrantes não se adaptaram à vida no campo, até porque já saíram da Itália com profissão própria (artesão, carpinteiro, ferreiro).
Outros, já familiarizados com a vida no campo, acabaram tornando-se proprietários de terras, casos de Constante Bonvento, Antonio Bovo, Ângelo Cavalheiro, Armando Cachola, Aureliano Franchi, Santo Paluan, José Rinaldi e Aurélio Sandrini.
Aqueles que se transferiram para o núcleo urbano, impulsionaram seu desenvolvimento, atuando nos mais diversos ramos de atividades. Caso dos ferreiros João Bernardelli, Vicente Gadiani e Ângelo Sbardelini; dos carroceiros Paolo Cossi, Luciano Schiavo e Antonio Catini; do pedreiro Luis Gadiani; dos alfaiates Belarmino Fortini e Ranieri Rossi; do sapateiro Raimundo Feminelli; do carpinteiro João Canal; do lustrador de móveis Bernardo Tonin; do fotográfo Virgilio Forlin; do musicista Luiz Malatesta; do contabilista Luis Filipini.Outros imigrantes ainda trabalhariam como operários (Biazi Picone,José Alexandre e Domingas Santoni), como funcionários públicos municipais (Remolo Cherobino, Ernesto Bologna e Antonio Avanzi) e até mesmo como pequenos industriais (Ângelo Sartori, José Avanzi e Domenico Beloni).
Não foram poucos também aqueles que trilharam o ramo do comércio, como Iletro Cachola, Caetano Cipola, Oswaldo Corsi, Girolamo Forlin, Vicente Polito, José Rotta, Adolpho Pratali e Alexandre Trevisan.
Desde o início do século XX até os dias atuais a participação do imigrante italiano tem sido expressiva. A maioria das empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços são dirigidas por descendentes de imigrantes. Também é comum encontrar sobrenomes italianos nas Diretorias e/ou Conselhos de Clubes de Lazer, Sindicatos, Lojas Maçônicas, Entidades de Classe e Associações Civis.
Não são poucos ainda os descendentes de imigrantes italianos que trabalham como operários das indústrias, como funcionários públicos e como prestadores de serviços. No próprio meio rural ainda se destacam como agricultores e proprietários de terras. A SBB E O CIRCOLO – Há mais de 100 anos nascia a SOCIETÁ OPERÁRIA ITALIANA MUTUO SOCORSO DANTE ALIGHIERI. Foi organizada por um grupo de imigrantes italianos. Tinha, inicialmente, o objetivo de proporcionar atividades de lazer e de convívio social aos imigrantes. Tornou-se, anos depois, também beneficente, prestando serviços médicos gratuitos a associados e fornecendo caixões funerários a indigentes. Seu primeiro presidente foi Emilio Bassi, um dos fundadores.
Recursos dos associados e recursos extras obtidos em campanhas permitiram a construção de sede própria. A partir de 1940, por causa da guerra, teve o nome mudado para SOCIEDADE BENEFICENTE BRASILEIRA – SBB. Passaram pela sua direção e participaram da fundação sobrenomes como Coracini, Nardini, Beloni, Baizi, Menossi, Basílio, Molinari, Pratali, Bassi, Sbardelini, Canal, Lupetti, Tonin, Lodi, Marquesini, Cossi e Filipini, entre outros.
Mais recentemente, descendentes de imigrantes italianos fundaram o CIRCOLO CULTURAL ITALO-BRASILEIRO, em 15/05/2002, com o objetivo de divulgar a cultura e tradições italianas, através de ensino da língua e assistência escolar, formação e aperfeiçoamento profissional. Propõe-se ainda a incrementar iniciativas de cunho artístico e social, além de ajudar trabalhadores italianos e suas famílias".
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
sábado, 1 de maio de 2010
História (175 ) -" Far l´América" (96 ): Imigração italiana em Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul o fenômeno da imigração italiana atingiu diversas áreas. Uma delas foi Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul do Estado. Um relato da presença italiana nessa região vem de Stella Borges , professora (ULBRA) e escritora.
"Geralmente chegados através do Prata, por volta de 1865, encontramos italianos em Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, o mesmo acontecendo em Jaguarão, São Borja, Dom Pedrito, Santa Vitória do Palmar, Bagé e outros municípios. Em geral todas essas localidades iniciaram a receber italianos, anos antes da imigração colonial agrícola, iniciada no nordeste do Rio Grande do Sul.
Seguramente são italianos que entraram no Estado espontaneamente com recursos próprios. E que podem ter estabelecido diferentes formas de identificar-se e de serem identificados. Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul do Estado, é um exemplo de reimigração do Uruguai ao Brasil na virada do século. A maioria são calabreses e todos conhecem suas origens; entretanto maioria não conhece ou não fala a língua familiar, não mantêm contatos com a Calábria, a não ser algumas famílias, especialmente duas. Em Santa Vitória, antes da colonização espanhola e portuguesa, habitavam a região, os índios charruas ocupando uma vasta área entre o Rio Uruguai e o Oceano Atlântico.
Em 1737, uma expedição portuguesa penetra na região, construindo fortes e delimitando fronteiras. Mas os primeiros desentendimentos entre Portugal e Espanha, no que diz respeito à demarcação só foram solucionados após a assinatura do Tratado de Madri, estabelecendo divisas naturais. Porém a efetivação de tal processo só ocorre em 1751. Muitas guerras vão se suceder no território, o que atrasa a definitiva demarcação que será concluída um século depois, em 1852. Em 1852, será demarcado o local para a fundação de Santa Vitória do Palmar.
Antes da denominação definitiva, era conhecida apenas como Andrea, nome de um dos fundadores. A região também era conhecida como Campos Neutrais, referindo-se especialmente ao período em que foram terras de ninguém, sem leis, sem reis ou seja, campos neutros (1777-1801). Esta região se estendia do Taim até o Chuí, onde então começava as possessões espanholas, do outro lado do Arroio de mesmo nome. "(...) Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, oficialmente, foram as primeiras terras conquistadas por Portugal no RS (...) A posse militar de Santa Vitória foi assegurada, em outubro de 1737, com o estabelecimento do forte de São Miguel e Guarda do Chuí, guarnecidos por soldados da expedição de Silva Paes"(Revista Militar brasileira. Ano LX, n. 3 e 4, jul./dez. Vol. CV. Centro doc. exército, p. 64).
Os Campos Neutrais foram povoados por portugueses, após a delimitação, contando depois com a presença de outros grupos étnicos. Em 1858, o distrito Capela de Santa Vitória do Chuí (2o. distrito de Rio Grande) passa à freguesia adotando então o nome atual, Santa Vitória do Palmar. Somente em 1872 é criado o Município. A atividade econômica principal, foi especialmente a pecuária com base no latifúndio, aliás como foi em toda região da fronteira, além do comércio. Como cidade de fronteira, recebeu uma significativa leva de imigrantes, da chamada imigração espontânea, oriundos principalmente de Buenos Aires e Montevidéu. Este grupo, em função da localização e situados na fronteira do vaivém permaneceram, de certa forma, juntamente com todos os habitantes de Santa Vitória, num relativo isolamento.
Até a década de 1950, as viagens em direção norte do Estado, eram realizadas pela praia, dependendo portanto das marés. Somente a partir da década de 1960, quando foi construída uma estrada de terra, conhecida como Carreteira (estrada carretas) até Pelotas, facilitando o acesso, os santavitorienses vão estreitar relações com o Brasil. Até este período, pode-se considerar que Santa Vitória era uma cidade uruguaia, pois a infra-estrutura e a curta distância favorecia a aproximação.
Até a década de 1970, muitos que desejavam estudar, passar as férias e mesmo residir, buscavam, freqüentemente, Montevidéu ao invés de Porto Alegre. Assim, só podemos explicar a imigração italiana em Santa Vitória do Palmar numa dimensão histórica uruguaia e não brasileira, portanto diversa do processo imigratório ocorrido no contexto do Rio Grande do Sul.
Os imigrantes italianos, começaram a chegar no município a partir de 1860, trabalhando como mascates, concorrendo com o comércio dos sírio-libaneses, vendendo pelo interior do município, essa facilidade é um dos motivos que optaram por Santa Vitória; num segundo momento acabaram por ter como ramo definitivo de atividade econômica o comércio de secos & molhados. Partindo sempre da amostragem, ainda identificam-se prestadores de serviços como: sapateiros, pedreiros, soldadores (ambulante), alfaiates e atividades no ramo de transportes em diligências. Atividades tipicamente urbanas. Realizadas 23 entrevistas, todos os entrevistados alegam como razão de emigrar a fuga da miséria e o desejo de melhorar de vida. As justificativas para fixar-se em Santa Vitória são de que já havia parentes no município e que foram chamados, garantindo, num primeiro momento, a ajuda e solidariedade para atingir o objetivo – fare l’America – mito do Novo Mundo, da riqueza e da sorte. Todos os entrevistados vieram para cá ou sozinhos ou com parentes, predominando os de 1º grau como pai, mãe e esposa.
Os que vieram sozinhos se estabeleceram e depois de alguns anos chamaram esposa e filhos ou os pais, promovendo a reunificação da família. Este é um possível indício de imigração permanente. Pelo censo da população, segundo o sexo e a nacionalidade, de 1900, encontramos 166 italianos e 66 italianas, sobre um total populacional de 8.970 pessoas, sendo 80% destes, brasileiros. É interessante notar, o número excessivo de homens italianos para o de mulheres, o que colabora para a idéia de migração em Cadeia. Imigrantes italianos estão presentes em Montevidéu desde o início do século passado, sendo significativa a atuação de inúmeros combatentes italianos.
Assim como no RS, no Uruguai também chegaram grande número de imigrantes destinados a ocuparem territórios despovoados. Segundo BRIANI, em 1843 o censo registrava cerca de 4.025 italianos em Montevidéu constituindo-se na segunda coletividade estrangeira, sendo os franceses em primeiro. Desde essa data, a freqüência de chegada de italianos no porto de Montevidéu aumenta, continuando intenso até a I Guerra Mundial. A contribuição desses imigrantes foi significativa, mas a conjuntura política e econômica, na segunda metade do século passado, tanto no Uruguai como na Argentina provocou uma migração interna, fazendo com que muitos desses imigrantes percorressem cidades do interior, procurando melhores condições de vida.
É interessante notar que mais de 50% dos entrevistados afirmam ter como destino inicial ou Buenos Aires (5) ou Montevidéu (9), fazendo parte então da entrada oficial de imigrantes na Argentina ou Uruguai. Além da crise, outra justificativa para o ingresso em nossa região de fronteira, de imigrantes de diversas etnias, entre eles os italianos, tenha sido o contrato realizado pelo empreiteiro Serpa Júnior. Segundo Pasquale Corte (em De Boni / Costa, 1984, p. 65) muitos italianos "...estão em Pelotas, Rio Grande, Bagé, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar, Alegrete, Uruguaiana, Santana do Livramento, São Jerônimo, Cachoeira e outras localidades menores." Assim que poderemos encontrar em Santa Vitória do Palmar, italianos originários do mesmo tronco familiar, encontrados também na capital Uruguai e nas cidades de Minas – Castillo e Rocha. É provável, que o mesmo se repita em outros municípios fronteiriços, como em Livramento ou Bagé. Como Santa Vitória foi sendo urbanizada, nascendo junto praticamente com o início da presença de imigrantes italianos, encontramos os mesmos envolvidos nas mais diversas atividades sociais e associações: em lojas maçônicas, clubes e sociedades pastoris, agrícolas e industriais (MELLO, Tancredo F.
O Município de Santa Vitória do Palmar. Porto Alegre: Livraria Americana, 1911). Membros do grupo italiano no município, fundaram a Società Benevolenza, em 1880, com exclusiva participação de italianos. Seus membros fundadores foram: o médico Francisco Palombo, Carmine Brundo, Luigi Bottini, Antonio Blasi, Pietro Martino, Stefano Ferrari e Giovanni Boraglia.
Da amostra, nem 50 % dos entrevistados participavam da Sociedade italiana. Dos que não participaram, um afirmou que como havia dificuldades para o sustento, não participaram de nada, só trabalharam! Os entrevistados são oriundos de diversas regiões do sul da Itália (Consenza, Napoli, Salerno; Sicilia) mas também se estabeleceram no município italianos de Firenze, Gênova e Novara. Em Santa Vitória do Palmar havia a chamada Quadra dos Italianos, mas não foi possível identificar ainda a proveniência daqueles e se outros italianos moravam fora do gueto.
Novas entrevistas deverão ser realizadas a fim de perceber as relações interétnicas, através da memória dos últimos descendentes de italianos, visando olhar de dentro com o ator e como ele, montando, desmontando e remontando sua construção/desconstrução étnica/cultural.
Estabelecendo um processo positivo de construção histórica a partir de todas as fontes possíveis, desde álbuns de famílias, fotos, filmes, cartas, entrevistas, documentos em geral e demais fontes oficiais a fim de estabelecer qual identidade é formulada nos diversos períodos da história onde o palco por nós escolhido, foi Santa Vitória do Palmar!"
"Geralmente chegados através do Prata, por volta de 1865, encontramos italianos em Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, o mesmo acontecendo em Jaguarão, São Borja, Dom Pedrito, Santa Vitória do Palmar, Bagé e outros municípios. Em geral todas essas localidades iniciaram a receber italianos, anos antes da imigração colonial agrícola, iniciada no nordeste do Rio Grande do Sul.
Seguramente são italianos que entraram no Estado espontaneamente com recursos próprios. E que podem ter estabelecido diferentes formas de identificar-se e de serem identificados. Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul do Estado, é um exemplo de reimigração do Uruguai ao Brasil na virada do século. A maioria são calabreses e todos conhecem suas origens; entretanto maioria não conhece ou não fala a língua familiar, não mantêm contatos com a Calábria, a não ser algumas famílias, especialmente duas. Em Santa Vitória, antes da colonização espanhola e portuguesa, habitavam a região, os índios charruas ocupando uma vasta área entre o Rio Uruguai e o Oceano Atlântico.
Em 1737, uma expedição portuguesa penetra na região, construindo fortes e delimitando fronteiras. Mas os primeiros desentendimentos entre Portugal e Espanha, no que diz respeito à demarcação só foram solucionados após a assinatura do Tratado de Madri, estabelecendo divisas naturais. Porém a efetivação de tal processo só ocorre em 1751. Muitas guerras vão se suceder no território, o que atrasa a definitiva demarcação que será concluída um século depois, em 1852. Em 1852, será demarcado o local para a fundação de Santa Vitória do Palmar.
Antes da denominação definitiva, era conhecida apenas como Andrea, nome de um dos fundadores. A região também era conhecida como Campos Neutrais, referindo-se especialmente ao período em que foram terras de ninguém, sem leis, sem reis ou seja, campos neutros (1777-1801). Esta região se estendia do Taim até o Chuí, onde então começava as possessões espanholas, do outro lado do Arroio de mesmo nome. "(...) Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, oficialmente, foram as primeiras terras conquistadas por Portugal no RS (...) A posse militar de Santa Vitória foi assegurada, em outubro de 1737, com o estabelecimento do forte de São Miguel e Guarda do Chuí, guarnecidos por soldados da expedição de Silva Paes"(Revista Militar brasileira. Ano LX, n. 3 e 4, jul./dez. Vol. CV. Centro doc. exército, p. 64).
Os Campos Neutrais foram povoados por portugueses, após a delimitação, contando depois com a presença de outros grupos étnicos. Em 1858, o distrito Capela de Santa Vitória do Chuí (2o. distrito de Rio Grande) passa à freguesia adotando então o nome atual, Santa Vitória do Palmar. Somente em 1872 é criado o Município. A atividade econômica principal, foi especialmente a pecuária com base no latifúndio, aliás como foi em toda região da fronteira, além do comércio. Como cidade de fronteira, recebeu uma significativa leva de imigrantes, da chamada imigração espontânea, oriundos principalmente de Buenos Aires e Montevidéu. Este grupo, em função da localização e situados na fronteira do vaivém permaneceram, de certa forma, juntamente com todos os habitantes de Santa Vitória, num relativo isolamento.
Até a década de 1950, as viagens em direção norte do Estado, eram realizadas pela praia, dependendo portanto das marés. Somente a partir da década de 1960, quando foi construída uma estrada de terra, conhecida como Carreteira (estrada carretas) até Pelotas, facilitando o acesso, os santavitorienses vão estreitar relações com o Brasil. Até este período, pode-se considerar que Santa Vitória era uma cidade uruguaia, pois a infra-estrutura e a curta distância favorecia a aproximação.
Até a década de 1970, muitos que desejavam estudar, passar as férias e mesmo residir, buscavam, freqüentemente, Montevidéu ao invés de Porto Alegre. Assim, só podemos explicar a imigração italiana em Santa Vitória do Palmar numa dimensão histórica uruguaia e não brasileira, portanto diversa do processo imigratório ocorrido no contexto do Rio Grande do Sul.
Os imigrantes italianos, começaram a chegar no município a partir de 1860, trabalhando como mascates, concorrendo com o comércio dos sírio-libaneses, vendendo pelo interior do município, essa facilidade é um dos motivos que optaram por Santa Vitória; num segundo momento acabaram por ter como ramo definitivo de atividade econômica o comércio de secos & molhados. Partindo sempre da amostragem, ainda identificam-se prestadores de serviços como: sapateiros, pedreiros, soldadores (ambulante), alfaiates e atividades no ramo de transportes em diligências. Atividades tipicamente urbanas. Realizadas 23 entrevistas, todos os entrevistados alegam como razão de emigrar a fuga da miséria e o desejo de melhorar de vida. As justificativas para fixar-se em Santa Vitória são de que já havia parentes no município e que foram chamados, garantindo, num primeiro momento, a ajuda e solidariedade para atingir o objetivo – fare l’America – mito do Novo Mundo, da riqueza e da sorte. Todos os entrevistados vieram para cá ou sozinhos ou com parentes, predominando os de 1º grau como pai, mãe e esposa.
Os que vieram sozinhos se estabeleceram e depois de alguns anos chamaram esposa e filhos ou os pais, promovendo a reunificação da família. Este é um possível indício de imigração permanente. Pelo censo da população, segundo o sexo e a nacionalidade, de 1900, encontramos 166 italianos e 66 italianas, sobre um total populacional de 8.970 pessoas, sendo 80% destes, brasileiros. É interessante notar, o número excessivo de homens italianos para o de mulheres, o que colabora para a idéia de migração em Cadeia. Imigrantes italianos estão presentes em Montevidéu desde o início do século passado, sendo significativa a atuação de inúmeros combatentes italianos.
Assim como no RS, no Uruguai também chegaram grande número de imigrantes destinados a ocuparem territórios despovoados. Segundo BRIANI, em 1843 o censo registrava cerca de 4.025 italianos em Montevidéu constituindo-se na segunda coletividade estrangeira, sendo os franceses em primeiro. Desde essa data, a freqüência de chegada de italianos no porto de Montevidéu aumenta, continuando intenso até a I Guerra Mundial. A contribuição desses imigrantes foi significativa, mas a conjuntura política e econômica, na segunda metade do século passado, tanto no Uruguai como na Argentina provocou uma migração interna, fazendo com que muitos desses imigrantes percorressem cidades do interior, procurando melhores condições de vida.
É interessante notar que mais de 50% dos entrevistados afirmam ter como destino inicial ou Buenos Aires (5) ou Montevidéu (9), fazendo parte então da entrada oficial de imigrantes na Argentina ou Uruguai. Além da crise, outra justificativa para o ingresso em nossa região de fronteira, de imigrantes de diversas etnias, entre eles os italianos, tenha sido o contrato realizado pelo empreiteiro Serpa Júnior. Segundo Pasquale Corte (em De Boni / Costa, 1984, p. 65) muitos italianos "...estão em Pelotas, Rio Grande, Bagé, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar, Alegrete, Uruguaiana, Santana do Livramento, São Jerônimo, Cachoeira e outras localidades menores." Assim que poderemos encontrar em Santa Vitória do Palmar, italianos originários do mesmo tronco familiar, encontrados também na capital Uruguai e nas cidades de Minas – Castillo e Rocha. É provável, que o mesmo se repita em outros municípios fronteiriços, como em Livramento ou Bagé. Como Santa Vitória foi sendo urbanizada, nascendo junto praticamente com o início da presença de imigrantes italianos, encontramos os mesmos envolvidos nas mais diversas atividades sociais e associações: em lojas maçônicas, clubes e sociedades pastoris, agrícolas e industriais (MELLO, Tancredo F.
O Município de Santa Vitória do Palmar. Porto Alegre: Livraria Americana, 1911). Membros do grupo italiano no município, fundaram a Società Benevolenza, em 1880, com exclusiva participação de italianos. Seus membros fundadores foram: o médico Francisco Palombo, Carmine Brundo, Luigi Bottini, Antonio Blasi, Pietro Martino, Stefano Ferrari e Giovanni Boraglia.
Da amostra, nem 50 % dos entrevistados participavam da Sociedade italiana. Dos que não participaram, um afirmou que como havia dificuldades para o sustento, não participaram de nada, só trabalharam! Os entrevistados são oriundos de diversas regiões do sul da Itália (Consenza, Napoli, Salerno; Sicilia) mas também se estabeleceram no município italianos de Firenze, Gênova e Novara. Em Santa Vitória do Palmar havia a chamada Quadra dos Italianos, mas não foi possível identificar ainda a proveniência daqueles e se outros italianos moravam fora do gueto.
Novas entrevistas deverão ser realizadas a fim de perceber as relações interétnicas, através da memória dos últimos descendentes de italianos, visando olhar de dentro com o ator e como ele, montando, desmontando e remontando sua construção/desconstrução étnica/cultural.
Estabelecendo um processo positivo de construção histórica a partir de todas as fontes possíveis, desde álbuns de famílias, fotos, filmes, cartas, entrevistas, documentos em geral e demais fontes oficiais a fim de estabelecer qual identidade é formulada nos diversos períodos da história onde o palco por nós escolhido, foi Santa Vitória do Palmar!"
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Italianità: 'Miracolo di San Gennaro"
"São Januário (San Gennaro) nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.
Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, Januário teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião, grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender. Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-cônsul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa: «Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida». «Não posso imolar aos demônios, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus»” – respondeu com vigor o santo, referindo-se à celebração eucarística. Irado, o pró-cônsul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos. O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena. No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade.
No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: «Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida». Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-cônsul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia.
Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento. Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade natal — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento.
Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo (Igreja Latina) e no dia 16 de dezembro (dia em que Nápoles foi protegido da erupção do Vesúvio). As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.
As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. Iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo «Miserere», composto pelo Santo Rei Davi. Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene «Te Deum», a multidão prorrompe em vivas. Os sinos repicam e toda a cidade se rejubila. Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.
San Gennaro é padroerio de Nápoles e também do bairro da Mooca, em São Paulo, região que recebeu grande contingente de imigrantes napolitanos. (Fonte: Site Ecclesia)
Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, Januário teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião, grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender. Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-cônsul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa: «Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida». «Não posso imolar aos demônios, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus»” – respondeu com vigor o santo, referindo-se à celebração eucarística. Irado, o pró-cônsul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos. O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena. No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade.
No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: «Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida». Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-cônsul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia.
Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento. Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade natal — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento.
Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo (Igreja Latina) e no dia 16 de dezembro (dia em que Nápoles foi protegido da erupção do Vesúvio). As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.
As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. Iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo «Miserere», composto pelo Santo Rei Davi. Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene «Te Deum», a multidão prorrompe em vivas. Os sinos repicam e toda a cidade se rejubila. Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.
San Gennaro é padroerio de Nápoles e também do bairro da Mooca, em São Paulo, região que recebeu grande contingente de imigrantes napolitanos. (Fonte: Site Ecclesia)
Italianità - Da Puglia para São Paulo: a devoção a San Vito Mártir
"Vito era filho de Illa, guerreiro e perseguidor de cristãos e foi criado por um casal de cristãos, servos do pai. Ao descobrir que o filho crescera cristão, Illa mandou prender e açoitar os três.
Ajudado por um anjo, Vito conseguiu fugir, mas acabou preso pelo Imperador Dioclesiano, torturado e morto em 15 de junho de 303 d.C.
No ano 801 d.C., apareceu para a princesa Florência de Salerno, pedindo-lhe que enterrasse seus ossos na cidade Polignano a Mare, onde foi erguida a atual Igreja de São Vito. O milagre de suas aparições se espalhou e sua devoção ganhou o sul da Itália e a cidade de São Paulo. É considerado o protetor dos artistas, das doenças nervosas e dependentes de drogas.
A Associação Beneficente São Vito Mártir
foi fundada
por italianos e descendentes, em 1919. Ano que aconteceu a primeira
festa, inaugurando uma nova e autêntica manifestação cultural italiana
em São Paulo.
Desde então, a Associação realiza esta manifestação em homenagem a São Vito Mártir, o padroeiro da cidade de Polignano a Mare, na Puglia Foi desta região que veio a maioria dos imigrantes que se instalaram e formaram o Brás em 1889". (Fonte: Associação Beneficente São Vito Mártir)"
No ano 801 d.C., apareceu para a princesa Florência de Salerno, pedindo-lhe que enterrasse seus ossos na cidade Polignano a Mare, onde foi erguida a atual Igreja de São Vito. O milagre de suas aparições se espalhou e sua devoção ganhou o sul da Itália e a cidade de São Paulo. É considerado o protetor dos artistas, das doenças nervosas e dependentes de drogas.
A Associação Beneficente São Vito Mártir
Desde então, a Associação realiza esta manifestação em homenagem a São Vito Mártir, o padroeiro da cidade de Polignano a Mare, na Puglia Foi desta região que veio a maioria dos imigrantes que se instalaram e formaram o Brás em 1889". (Fonte: Associação Beneficente São Vito Mártir)"
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Italianità: A devoção à Madonna di Achiropita
“Em 580 D.C., o capitão Maurício, desviado pelos ventos, chegou a uma aldeia calabresa, na Itália. O monge Éfrem foi-lhe ao encontro e lhe disse: '"Não foram os ventos que te conduziram para cá, mas Nossa Senhora, para que tu - uma vez Imperador - lhe construas um templo'.
Em 582, Maurício tornou-se de fato Imperador e, cedendo à insistência do monge, decretou a construção do Santuário, que bem depressa chegou ao término. Um fato estranho chamou a atenção da comunidade. A imagem de Nossa Senhora que era pintada durante o dia, de noite desaparecia da parede. Uma noite, de improviso, apareceu uma belíssima senhora que falou com o vigia e pediu para entrar no santuário. E como ela demorasse para sair, preocupado, ele entrou e não encontrou mais aquela senhora, mas viu que estava pintada no fundo da parede interna do templo, uma imagem lindíssima de Nossa Senhora. Ao saber disso, o povo acorreu àquele local e, entre lágrimas e cantos, aclamava: Achiropita! Achiropita!... O que significa: imagem não pintada pela mão do homem.
Seja lenda ou história, o fato é que desde o século doze, em Rossano Cálabro, esta devoção passou a ser oficialmente celebrada no dia 15 de agosto. Até hoje, no mundo inteiro, há somente duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Achiropita: uma na Itália, que atualmente é catedral; a outra é a Paróquia de Nossa Senhora Achiropita, no bairro Bela Vista (Bixiga), em São Paulo. As bochechas são cheinhas e levemente rosadas. Os dedos roliços seguram uma criança que em tudo se parece com a mãe. O rosto tem uma tonalidade escura, queimado pelo sol.
A devoção a Nossa Senhora deve despertar no coração dos fiéis o amor filial a Maria, mãe de Jesus, o filho de Deus. Os vários títulos que ela recebeu são devidos aos lugares onde apareceu, ou aos pedidos particulares que Ela fez. Deus escolheu Maria para ser mãe do seu filho Jesus. Por ela ser Cheia de Graça, nenhum artista jamais conseguirá retratar numa tela sua beleza interior”. (Fonte: Paróquia Nossa Senhora Achiropita )
Em 582, Maurício tornou-se de fato Imperador e, cedendo à insistência do monge, decretou a construção do Santuário, que bem depressa chegou ao término. Um fato estranho chamou a atenção da comunidade. A imagem de Nossa Senhora que era pintada durante o dia, de noite desaparecia da parede. Uma noite, de improviso, apareceu uma belíssima senhora que falou com o vigia e pediu para entrar no santuário. E como ela demorasse para sair, preocupado, ele entrou e não encontrou mais aquela senhora, mas viu que estava pintada no fundo da parede interna do templo, uma imagem lindíssima de Nossa Senhora. Ao saber disso, o povo acorreu àquele local e, entre lágrimas e cantos, aclamava: Achiropita! Achiropita!... O que significa: imagem não pintada pela mão do homem.
Seja lenda ou história, o fato é que desde o século doze, em Rossano Cálabro, esta devoção passou a ser oficialmente celebrada no dia 15 de agosto. Até hoje, no mundo inteiro, há somente duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Achiropita: uma na Itália, que atualmente é catedral; a outra é a Paróquia de Nossa Senhora Achiropita, no bairro Bela Vista (Bixiga), em São Paulo. As bochechas são cheinhas e levemente rosadas. Os dedos roliços seguram uma criança que em tudo se parece com a mãe. O rosto tem uma tonalidade escura, queimado pelo sol.
A devoção a Nossa Senhora deve despertar no coração dos fiéis o amor filial a Maria, mãe de Jesus, o filho de Deus. Os vários títulos que ela recebeu são devidos aos lugares onde apareceu, ou aos pedidos particulares que Ela fez. Deus escolheu Maria para ser mãe do seu filho Jesus. Por ela ser Cheia de Graça, nenhum artista jamais conseguirá retratar numa tela sua beleza interior”. (Fonte: Paróquia Nossa Senhora Achiropita )
Italianità: A devoção à Madonna di Casaluce
“A História de Nossa Senhora de Casaluce vem do sul da Itália (século XlI).Casaluce significa "CASA DE LUZ". Na cidade de Aversa, em um dia de temporal muito forte, uma linda moça de cor negra bateu a porta de um seminário para pedir abrigo, porém, naquele tempo, não era permitida a entrada de mulheres nessas instituições. Então, os padres pediram que a moça fosse a um convento de freiras na cidade mais próxima, "CaslLuce". As freiras a acolheram e a instalaram num quarto.
No dia seguinte, as freiras não a encontraram e no seu lugar havia apenas um quadro - era a figura da moça, com uma criança nos braços. A partir daí, vários milagres foram atribuídos àquela santa. Por isso, os padres de Aversa reclamaram o quadro por ter sido lá que a santa havia estado primeiro. Para evitar discórdia, ficou resolvido que o quadro ficaria quatro meses em Aversa e oito em Casaluce. 'Todas as gerações me felicitarão porque o todo-poderoso realizou em mim grandes obras’ (Lc. I,48-49)'.
Devoção no Brasil
No final do século XIX os imigrantes italianos concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os napolitanos instalaram-se preferencialmente na Rua Caetano Pinto e ai revelaram a devoção a Casaluce. Eles trouxeram uma replica do quadro, cuja copia fiel da imagem se encontra na Itália. Fundaram então, a Igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais fortemente, a terra natal. Até hoje, no mundo inteiro, só existem duas igrejas dedicadas a Nossa.Senhora Casaluce, a de Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com comidas típicas, muita musica e alegria. Inúmeros são os milagres de Nsa. Sra. de Casaluce. O povo vem agradecer a intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir sempre. ‘Peça a Mãe de Deus que o filho atende’. O nome de Maria está unido aos lugares onde ela viveu ou onde é venerada; daí os nomes de Maria de Nazaré, Nsa. Sra. Aparecida, Nossa. Senhora. de Casaluce, etc. Festejamos Nossa. Senhora de Casaluce no mês de maio”. (Fonte: Região Episcopal Sé)
No dia seguinte, as freiras não a encontraram e no seu lugar havia apenas um quadro - era a figura da moça, com uma criança nos braços. A partir daí, vários milagres foram atribuídos àquela santa. Por isso, os padres de Aversa reclamaram o quadro por ter sido lá que a santa havia estado primeiro. Para evitar discórdia, ficou resolvido que o quadro ficaria quatro meses em Aversa e oito em Casaluce. 'Todas as gerações me felicitarão porque o todo-poderoso realizou em mim grandes obras’ (Lc. I,48-49)'.
Devoção no Brasil
No final do século XIX os imigrantes italianos concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os napolitanos instalaram-se preferencialmente na Rua Caetano Pinto e ai revelaram a devoção a Casaluce. Eles trouxeram uma replica do quadro, cuja copia fiel da imagem se encontra na Itália. Fundaram então, a Igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais fortemente, a terra natal. Até hoje, no mundo inteiro, só existem duas igrejas dedicadas a Nossa.Senhora Casaluce, a de Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com comidas típicas, muita musica e alegria. Inúmeros são os milagres de Nsa. Sra. de Casaluce. O povo vem agradecer a intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir sempre. ‘Peça a Mãe de Deus que o filho atende’. O nome de Maria está unido aos lugares onde ela viveu ou onde é venerada; daí os nomes de Maria de Nazaré, Nsa. Sra. Aparecida, Nossa. Senhora. de Casaluce, etc. Festejamos Nossa. Senhora de Casaluce no mês de maio”. (Fonte: Região Episcopal Sé)
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Italianità: Dança e raízes italianas em Carazinho, Rio Grande do Sul
A Associação Italiana Giuseppe Garibaldi
foi fundada em 21 de maio de 1996 na cidade de Carazinho, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com o objetivo de promover a interação entre as culturas italiana e a brasileira, mais especificamente a gaúcha, devido a sitação geográfica da imigração.
A entidade mantém o Grupo Folclorístico de Danças Italiana Giuseppe Garibaldi que é composto atualmente por dois grupos: o juvenil de 9 a 11 anos que conta com 16 integrantes e o adulto com alunos acima de 11 anos e possui 20 dançarinos.
Formado por alunos das escolas municipais e criado em 2002, vem desenvolvendo desde a sua formação, atividades que ultrapassam os passos da dança. Alem de encantar a comunidade local e regional com coreografias de cada região da Itália, a essência desde projeto cultural encantou, também, cada um dos integrantes do grupo. O alunos estão envolvidos com a dança e com ampliação do conhecimento que o contato com a cultura italiana proporciona. O resultado deste trabalho pode ser observado tanto no desempenho escolar dos integrantes do grupo como na convivência familiar. Os alunos possuem uma rotina de quatro horas de ensaio semanal e estão bem preparados não só na parte técnica, como no conhecimento da cultura italiana.
Além dos ensaios eles estudam e pesquisam o folclore regional da Itália, bem como estão aprendendo o idioma no curso de língua italiana oferecido pelo Instituto. Todos os gastos com viagens e produção dos trajes são custeados pelo Instituto e empresas da comunidade.(Fonte: Associação Italiana Giuseppe Garibaldi)
A entidade mantém o Grupo Folclorístico de Danças Italiana Giuseppe Garibaldi que é composto atualmente por dois grupos: o juvenil de 9 a 11 anos que conta com 16 integrantes e o adulto com alunos acima de 11 anos e possui 20 dançarinos.
Formado por alunos das escolas municipais e criado em 2002, vem desenvolvendo desde a sua formação, atividades que ultrapassam os passos da dança. Alem de encantar a comunidade local e regional com coreografias de cada região da Itália, a essência desde projeto cultural encantou, também, cada um dos integrantes do grupo. O alunos estão envolvidos com a dança e com ampliação do conhecimento que o contato com a cultura italiana proporciona. O resultado deste trabalho pode ser observado tanto no desempenho escolar dos integrantes do grupo como na convivência familiar. Os alunos possuem uma rotina de quatro horas de ensaio semanal e estão bem preparados não só na parte técnica, como no conhecimento da cultura italiana.
Além dos ensaios eles estudam e pesquisam o folclore regional da Itália, bem como estão aprendendo o idioma no curso de língua italiana oferecido pelo Instituto. Todos os gastos com viagens e produção dos trajes são custeados pelo Instituto e empresas da comunidade.(Fonte: Associação Italiana Giuseppe Garibaldi)
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