Outro grande marco da arquitetura italiana em São Paulo é o Monumento à Independência do Brasil, erguido no bairro do Ipiranga. Trata-se de uma obra de Ettore Ximenes (Palermo - Sicília , 1855 - Roma, 1926).
Ximenes iniciou seu percurso no mundo artístico com estudos na cidade natal (1869-1871). Depois partiria para Napoli e Firenze.Deixou importantes obras na Itália e no exterior. Desembarcou no Brasil em 1919. onde permaneceu até 1926.
O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira. Em 1917, o Governo do Estado organizou um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes. O conjunto de maquetes foi exposto no Palácio das Indústrias.
O meio cultural fez críticas à realização do concurso, à participação de artistas estrangeiros e à composição da comissão julgadora.
O projeto de Ettore Ximenes foi o vencedor, mas aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado. O projeto de Ximenes foi então alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo da independência, tais como: a Revolução Pernambucana de 1817, a Inconfidência Mineira de 1789, as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva, Hipólito da Costa, Diogo Antonio Feijó e Joaquim Gonçalves Ledo, principais articuladores do movimento.
O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois. O artista usou 131 peças esculpidas em bronze.
Ao longo do tempo, o monumento sofreu vários acréscimos. Em 1953, começou a ser construída, em seu interior, a cripta, onde seriam depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina, em 1954.Em 1972, consolidou-se a sua sacralização com a vinda dos despojos de D. Pedro I e, posteriormente, em 1984, dos restos mortais de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil.
Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), possibilitando o acesso público às entranhas desta escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos da Capela Imperial, construção da escada monumental , sanitários, áreas de apoio e serviços. Externamente foram restaurados os grupos escultóricos do monumento. O painel em alto-relevo, “Independência ou Morte”, recebeu intervenção interna e externa.
Um blog para difundir e aprofundar temas da presença italiana no Brasil, bem como valorizar o Made in Italy. Um espaço para troca de informações e conhecimento, compartilhando raízes comuns da italianidade que carregamos no sangue e na alma. A italianidade engloba a questão das nossas raízes italianas e também reserva um olhar para a linha do tempo, nela buscando e resgatando uma galeria de personagens famosos ou anônimos que, de alguma forma, inseriram seus nomes na História do Brasil.
terça-feira, 2 de março de 2010
Italiani – Sangue marchigiano no Modernismo brasileiro: o legado do escultor Galileo Emendabili(2)
O Monumento-Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932 (São Paulo - região do Parque Ibirapuera) é a obra mais famosa do escultor marchigiano Galileo Emendabili. A obra se destaca na paisagem com seu obelisco de 72 metros de altura, revestido de mármore travertino. No subsolo, uma cripta em forma de cruz grega abriga uma capela e os despojos dos ex-combatentes. Popularmente conhecido como “Obelisco do Ibirapuera”, homenageia a Revolução Constitucionalista de 1932, seus heróis anônimos, “mártires”, a causa constitucionalista, as personalidades que mais se destacaram como o poeta Guilherme de Almeida e o “tribuno” Ibrahim Nobre, bem como o dia em que foi deflagrada a revolta armada contra o governo de Getúlio Vargas – “9 de julho”.
A simbologia do 9 de julho foi explorada pelo escultor Galileo Emendabili ao projetar um obelisco que, da base ao topo, tem 72 metros de altura (7+2=9); da cripta ao topo tem 81 metros (8+1=9), sendo que 81 também é o quadrado de 9; pela soma aritmética de 72 e 81, também se chega ao número 9 (7+2+8+1=18 (1+8=9)).
Cada face do obelisco volta-se para um dos quatro pontos cardeais. Em cada uma delas, encontram-se quatro figuras em alto-relevo, com 5,75 metros de altura. Os dezesseis relevos ornamentam o terço inferior do obelisco e aludem à luta militar da Revolução de 1932 e aos feitos dos bandeirantes.
Entre os relevos, estão inscritos versos de Guilherme de Almeida: AOS ÉPICOS DE JULHO DE 32 QUE, FIÉIS CUMPRIDORES DE SAGRADA PROMESSA FEITA A SEUS MAIORES OS QUE HOUVERAM AS TERRAS E AS GENTES POR SUA FORÇA E FÉ NA LEI PUSERAM SUA FORÇA E EM SÃO PAULO, SUA FÉ. Na base do obelisco, duas portas de bronze com cerca de 3,5m de altura por 2m de largura, instaladas nas faces norte e sul, denominam-se Porta da Vida e Porta da Glória, respectivamente.
Com cenas em alto-relevo, a primeira exalta a capacidade de trabalho do povo bandeirante, enquanto a outra retrata a partida dos voluntários para as linhas de frente e o sacrifício dos jovens. Na entrada da cripta, três arcos lembram as arcadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, de onde saíram grande parte dos constitucionalistas. Acima dos arcos, encontra-se a inscrição: VIVERAM POUCO PARA MORRER BEM MORRERAM JOVENS PARA VIVER SEMPRE
As primeiras providências para a construção de um monumento ao soldado constitucionalista de 1932 foram tomadas em 1934, com a criação de uma Comissão Pró-Monumento por personalidades de destaque da sociedade paulistana. Um concurso público para a escolha do projeto foi realizado em 1937. O edital exigia que a obra fosse eminentemente arquitetônica e não apenas escultórica, devendo destinar espaço para acolher as urnas funerárias dos chamados “heróis constitucionalistas”. Para a seleção final, classificaram-se Mário Ribeiro Pinto e as duplas Galileo Emendabili e Mário Eugênio Pucci, Yolando Mallozzi e Arnaldo Maria Lello. Os projetos foram expostos no foyer do Teatro Municipal de São Paulo, atraindo grande público. Da comissão julgadora faziam parte Mário de Andrade, Júlio César Lacreta, Amador Cintra do Prado, Dácio A. de Moraes e Victor Brecheret. Por decisão unânime, o trabalho de Galileo Emendabili (Ancona, Itália, 1898 – São Paulo, 1974) e Mário Eugênio Pucci (São Paulo, 1908 – 1985) foi selecionado. Pucci era engenheiro e ficou responsável pela parte técnica da construção. Apesar dos esforços na arrecadação de fundos para a construção, o projeto não saiu do papel durante todo o período da ditadura Vargas, contra quem se fizera a “Revolução”. Entre as muitas dificuldades, as verbas disponíveis não cobririam os custos com mão-de-obra e materiais. O lançamento da pedra fundamental ocorreu no dia 9 de julho de 1949. Tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura destinaram recursos para a construção, a cargo da “Fundação Monumento e Mausoléu ao Soldado Paulista de 32”. O Decreto Municipal nº 1.078 de 6 de julho de 1949, determinava que o “Monumento aos Mortos de 32” deveria ser erigido “na parte central da praça circular localizada no prolongamento da avenida Brasil, a 1.100,00 metros, aproximadamente, da avenida Brigadeiro Luís Antônio.”
As obras começaram em 1950 e, cinco anos depois, o monumento foi inaugurado parcialmente. A partir de então, todos os anos, durante as cerimônias do “9 de julho”, os restos mortais de inúmeros ex-combatentes passaram a ser transladados para a cripta
. À Sociedade Veteranos de 32 – MMDC cabia a organização dessas solenidades e a administração do monumento. A conclusão das obras ocorreu somente em 1970. A partir de 9 de julho de 1991, a direção do monumento-mausoléu foi confiada, em caráter perpétuo, à Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do comandante da Academia do Barro Branco, Escola Superior de Formação de Oficiais da Polícia Militar. Dada a série de dificuldades com a conservação do monumento-mausoléu ao longo dos anos 1990 e começo dos anos 2000, a Prefeitura e o Governo do Estado assinaram um convênio em junho de 2006, através do qual a Prefeitura passou a se responsabilizar pelo projeto paisagístico, ajardinamento, limpeza, conservação e segurança da praça em que está implantado, enquanto a responsabilidade pelo restauro e administração ficou a cargo do Governo do Estado.
A simbologia do 9 de julho foi explorada pelo escultor Galileo Emendabili ao projetar um obelisco que, da base ao topo, tem 72 metros de altura (7+2=9); da cripta ao topo tem 81 metros (8+1=9), sendo que 81 também é o quadrado de 9; pela soma aritmética de 72 e 81, também se chega ao número 9 (7+2+8+1=18 (1+8=9)).
Cada face do obelisco volta-se para um dos quatro pontos cardeais. Em cada uma delas, encontram-se quatro figuras em alto-relevo, com 5,75 metros de altura. Os dezesseis relevos ornamentam o terço inferior do obelisco e aludem à luta militar da Revolução de 1932 e aos feitos dos bandeirantes.
Entre os relevos, estão inscritos versos de Guilherme de Almeida: AOS ÉPICOS DE JULHO DE 32 QUE, FIÉIS CUMPRIDORES DE SAGRADA PROMESSA FEITA A SEUS MAIORES OS QUE HOUVERAM AS TERRAS E AS GENTES POR SUA FORÇA E FÉ NA LEI PUSERAM SUA FORÇA E EM SÃO PAULO, SUA FÉ. Na base do obelisco, duas portas de bronze com cerca de 3,5m de altura por 2m de largura, instaladas nas faces norte e sul, denominam-se Porta da Vida e Porta da Glória, respectivamente.
Com cenas em alto-relevo, a primeira exalta a capacidade de trabalho do povo bandeirante, enquanto a outra retrata a partida dos voluntários para as linhas de frente e o sacrifício dos jovens. Na entrada da cripta, três arcos lembram as arcadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, de onde saíram grande parte dos constitucionalistas. Acima dos arcos, encontra-se a inscrição: VIVERAM POUCO PARA MORRER BEM MORRERAM JOVENS PARA VIVER SEMPRE
As primeiras providências para a construção de um monumento ao soldado constitucionalista de 1932 foram tomadas em 1934, com a criação de uma Comissão Pró-Monumento por personalidades de destaque da sociedade paulistana. Um concurso público para a escolha do projeto foi realizado em 1937. O edital exigia que a obra fosse eminentemente arquitetônica e não apenas escultórica, devendo destinar espaço para acolher as urnas funerárias dos chamados “heróis constitucionalistas”. Para a seleção final, classificaram-se Mário Ribeiro Pinto e as duplas Galileo Emendabili e Mário Eugênio Pucci, Yolando Mallozzi e Arnaldo Maria Lello. Os projetos foram expostos no foyer do Teatro Municipal de São Paulo, atraindo grande público. Da comissão julgadora faziam parte Mário de Andrade, Júlio César Lacreta, Amador Cintra do Prado, Dácio A. de Moraes e Victor Brecheret. Por decisão unânime, o trabalho de Galileo Emendabili (Ancona, Itália, 1898 – São Paulo, 1974) e Mário Eugênio Pucci (São Paulo, 1908 – 1985) foi selecionado. Pucci era engenheiro e ficou responsável pela parte técnica da construção. Apesar dos esforços na arrecadação de fundos para a construção, o projeto não saiu do papel durante todo o período da ditadura Vargas, contra quem se fizera a “Revolução”. Entre as muitas dificuldades, as verbas disponíveis não cobririam os custos com mão-de-obra e materiais. O lançamento da pedra fundamental ocorreu no dia 9 de julho de 1949. Tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura destinaram recursos para a construção, a cargo da “Fundação Monumento e Mausoléu ao Soldado Paulista de 32”. O Decreto Municipal nº 1.078 de 6 de julho de 1949, determinava que o “Monumento aos Mortos de 32” deveria ser erigido “na parte central da praça circular localizada no prolongamento da avenida Brasil, a 1.100,00 metros, aproximadamente, da avenida Brigadeiro Luís Antônio.”
As obras começaram em 1950 e, cinco anos depois, o monumento foi inaugurado parcialmente. A partir de então, todos os anos, durante as cerimônias do “9 de julho”, os restos mortais de inúmeros ex-combatentes passaram a ser transladados para a cripta
. À Sociedade Veteranos de 32 – MMDC cabia a organização dessas solenidades e a administração do monumento. A conclusão das obras ocorreu somente em 1970. A partir de 9 de julho de 1991, a direção do monumento-mausoléu foi confiada, em caráter perpétuo, à Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do comandante da Academia do Barro Branco, Escola Superior de Formação de Oficiais da Polícia Militar. Dada a série de dificuldades com a conservação do monumento-mausoléu ao longo dos anos 1990 e começo dos anos 2000, a Prefeitura e o Governo do Estado assinaram um convênio em junho de 2006, através do qual a Prefeitura passou a se responsabilizar pelo projeto paisagístico, ajardinamento, limpeza, conservação e segurança da praça em que está implantado, enquanto a responsabilidade pelo restauro e administração ficou a cargo do Governo do Estado.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Italianità: Comunidade organizada em Colombo, Estado do Paraná
O sentimento italiano fala forte em Colombo (Paraná), onde descendentes dos pioneiro imigrantes se organizam na Associação Italiana Padre Alberto Casavecchia. Trata-se de uma “instituição sem fins lucrativos, que tem como missão mobilizar pessoas por meio de projetos culturais, a fim de resgatar, preservar, valorizar e difundir a cultura dos imigrantes italianos e seus descendentes em Colombo e região, para que as tradições herdadas desses antepassados se perpetuem pelas novas gerações”.
"São mais de cem voluntários que desenvolvem os projetos de canto, dança, aulas de italiano, pesquisas de língua vêneta, acervo de fotos, filmagens com descendentes de imigrantes, estudos de genealogia, jantares e semanas culturais"
"A Associação Italiana Padre Alberto Casavecchia tem sua origem ligada às iniciativas de um grupo de pessoas da comunidade colombense que, em 25 de setembro de 2000, reuniu-se para administrar a reforma da escadaria da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, conforme a idealizada pelo Padre Alberto Casavecchia. Inicialmente, foi constituída como Associação de Preservação do Patrimônio Histórico de Colombo. A adesão de várias pessoas motivou os membros da Associação a criar outra entidade com o objetivo de resgatar a cultura italiana no município".
"Assim nasceu a Fundação Padre Alberto Casavecchia, instituição sem fins lucrativos que levava em seu nome a figura do idealizador das duas primeiras escadarias da Igreja: o Padre Alberto - José Casavecchia, religioso passionista de origem italiana, muito querido e respeitado pelos colombenses. Aprovada pelo Ministério Público em 25 de setembro de 2003, a Fundação já possuía, a princípio, vários projetos: a 'Cena tra Amici' (Jantar entre Amigos), o grupo de dança Venuti dall’Italia, o Acervo Iconográfico, os estudos de genealogia e da história da imigração, o ensino da língua italiana e o projeto 'Colombo Memória'. Posteriormente, foram criados: em 2005, o grupo de canto Luce dell'Anima; em 2006, a 'Settimana Italiana di Colombo' (Semana Italiana de Colombo); e, em 2007, o grupo de estudos do dialeto Veneto.
Também nesse ano, foi apresentada a nova identidade visual da instituição e foram estabelecidas as parcerias com o Centro de Cultura Italiana Paraná Santa Catarina (CCI) e a Universidade Tuiuti do Paraná, propondo a realização das aulas de italiano e a formação do Centro de Estudos de Imigração do Paraná, respectivamente. Cabe ressaltar que, no ano de 2006, a Fundação teve a autorização para utilizar o espaço da antiga Sociedade Colombo, na Rua XV de Novembro, no centro da cidade, por meio de um termo de comodato. Esse local, então, passou a ser a sede social da instituição.
No entanto, a determinação de resgatar e promover a cultura italiana com mais vigor fez com que os membros discutissem um novo caminho para a Fundação. A decisão foi congregar as duas iniciativas (Associação e Fundação) em uma única pessoa jurídica e dar maior abertura à participação dos colombenses. Então, com esse intuito, no dia 24 de novembro de 2007, foi apresentada à comunidade a Associação Italiana Padre Alberto Casavecchia, instituição que traz consigo um contexto de tradição e respeito às raízes culturais dos antepassados que, em 1878, chegaram a essas terras e nelas construíram a nossa história.
Gruppo Luce dell’Anima: Formado em março de 2005, tem como principal objetivo resgatar e preservar a cultura italiana por meio das canções folclóricas e músicas contemporâneas. Atualmente, possui cerca de 20 integrantes.
Gruppo Venuti dall’Italia: Nasceu em 2001 e tem por finalidade divulgar a dança folclórica como um dos elementos da cultura e das tradições italianas. O grupo possui mais de 50 integrantes, divididos nas categorias infantil, juvenil e adulta.
"São mais de cem voluntários que desenvolvem os projetos de canto, dança, aulas de italiano, pesquisas de língua vêneta, acervo de fotos, filmagens com descendentes de imigrantes, estudos de genealogia, jantares e semanas culturais"
"A Associação Italiana Padre Alberto Casavecchia tem sua origem ligada às iniciativas de um grupo de pessoas da comunidade colombense que, em 25 de setembro de 2000, reuniu-se para administrar a reforma da escadaria da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, conforme a idealizada pelo Padre Alberto Casavecchia. Inicialmente, foi constituída como Associação de Preservação do Patrimônio Histórico de Colombo. A adesão de várias pessoas motivou os membros da Associação a criar outra entidade com o objetivo de resgatar a cultura italiana no município".
"Assim nasceu a Fundação Padre Alberto Casavecchia, instituição sem fins lucrativos que levava em seu nome a figura do idealizador das duas primeiras escadarias da Igreja: o Padre Alberto - José Casavecchia, religioso passionista de origem italiana, muito querido e respeitado pelos colombenses. Aprovada pelo Ministério Público em 25 de setembro de 2003, a Fundação já possuía, a princípio, vários projetos: a 'Cena tra Amici' (Jantar entre Amigos), o grupo de dança Venuti dall’Italia, o Acervo Iconográfico, os estudos de genealogia e da história da imigração, o ensino da língua italiana e o projeto 'Colombo Memória'. Posteriormente, foram criados: em 2005, o grupo de canto Luce dell'Anima; em 2006, a 'Settimana Italiana di Colombo' (Semana Italiana de Colombo); e, em 2007, o grupo de estudos do dialeto Veneto.
Também nesse ano, foi apresentada a nova identidade visual da instituição e foram estabelecidas as parcerias com o Centro de Cultura Italiana Paraná Santa Catarina (CCI) e a Universidade Tuiuti do Paraná, propondo a realização das aulas de italiano e a formação do Centro de Estudos de Imigração do Paraná, respectivamente. Cabe ressaltar que, no ano de 2006, a Fundação teve a autorização para utilizar o espaço da antiga Sociedade Colombo, na Rua XV de Novembro, no centro da cidade, por meio de um termo de comodato. Esse local, então, passou a ser a sede social da instituição.
No entanto, a determinação de resgatar e promover a cultura italiana com mais vigor fez com que os membros discutissem um novo caminho para a Fundação. A decisão foi congregar as duas iniciativas (Associação e Fundação) em uma única pessoa jurídica e dar maior abertura à participação dos colombenses. Então, com esse intuito, no dia 24 de novembro de 2007, foi apresentada à comunidade a Associação Italiana Padre Alberto Casavecchia, instituição que traz consigo um contexto de tradição e respeito às raízes culturais dos antepassados que, em 1878, chegaram a essas terras e nelas construíram a nossa história.
GRUPOS FOLCLÓRICOS
Gruppo Luce dell’Anima: Formado em março de 2005, tem como principal objetivo resgatar e preservar a cultura italiana por meio das canções folclóricas e músicas contemporâneas. Atualmente, possui cerca de 20 integrantes.
Gruppo Venuti dall’Italia: Nasceu em 2001 e tem por finalidade divulgar a dança folclórica como um dos elementos da cultura e das tradições italianas. O grupo possui mais de 50 integrantes, divididos nas categorias infantil, juvenil e adulta.
História (86 ) - "Far l'America (52 )": Veneti na construção de Colombo, Paraná
Em setembro de 1878, esse grupo, composto por 162 italianos: 48 homens, 42 mulheres, 42 meninos e 30 meninas, recebeu do Governo Provincial terras demarcadas em 80 lotes, 40 urbanos e 40 rurais, localizados a 23 Km de Curitiba, sendo denominada de Colônia “Alfredo Chaves”.
Este nome se deu em homenagem ao então Inspetor Geral de Terras e Colonização, Dr. Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves. Em 1880 o imigrante italiano Francesco Busato, em conjunto com os demais colonos, construiu o primeiro moinho de cereais com roda d’água, represando o rio Tumiri. O mesmo teve a iniciativa de instalar a primeira fábrica de louças artísticas no país. Ainda no fim do século XIX, as terras que originariam o município de Colombo receberam novos contingentes de imigrantes.
No ano de 1886 foi criada a Colônia Antonio Prado, com imigrantes italianos e polacos, também no mesmo ano, criou-se a Colônia Presidente Faria somente com imigrantes italianos; um ano depois anexo a Colônia Presidente Faria, surgiu a Colônia Maria José (atualmente município de Quatro Barras); e finalmente em 1888 surgiu a Colônia Eufrazio Correia (atualmente Bairro do Capivari), sendo as duas últimas colônias somente de imigrantes italianos. Porém, a Colônia que mais se destacou foi a Colônia Alfredo Chaves que assumiu o papel de sede do futuro município.
A mudança oficial do nome Colônia Alfredo Chaves para Colombo, deve-se a uma medida do Governo Provisório Republicano, pelo Decreto n.º 11 de 8 de janeiro de 1890. Este nome foi dado em homenagem ao descobridor das Américas – Cristóvão Colombo. Em 5 de fevereiro de 1890 foi instalado o Município, sendo o seu primeiro Presidente de Intendência o Sr. Francisco de Camargo Pinto e em 1891 assumiu João Gualberto Bittencourt.
Uma época que se destaca pelo grande progresso de Colombo é a década de 1920, quando houve um surto industrial de grande importância. Nessa década Colombo já contava com duas fábricas de louças, uma delas considerada a melhor do país.
Na mesma época funcionava também uma grande fábrica de vidros. A partir de 14 de julho de 1932, através do Decreto Estadual n.º 1703, Colombo passa a se chamar Capivari, tendo o seu território anexado a Bocaiúva do Sul. Em 9 de agosto de 1933, por força do Decreto Estadual n.º 1831, volta a se chamar Colombo. Em 20 de outubro de 1938, os colombenses receberam uma triste notícia, através do Decreto Estadual n.º 7573 que extinguiu o Município, anexando-o à capital Curitiba. Somente em 30 de dezembro de 1943, pelo Decreto Estadual n.º 199, foi restaurado o poder político e administrativo de Colombo. Hoje a maioria da população mora em áreas loteadas, contínuas a Curitiba em bairros como Alto Maracanã, Guaraituba e Jardim Osasco, porém preserva uma grande característica agrícola herdada dos imigrantes italianos que aqui chegaram no final do século XIX. (Fonte: Prefeitura Municipal de Colombo)
Relação das famílias italianas de Colombo
Alberti, Andreatta, Antonelli, Antoniacomi, Arsie, Baldan, Battiston, Benvenutti, Berlese, Bernardi, Berro, Berton, Bobbato, Bonato, Bontorin, Borato, Brotto, Busato, Capellari, Caron, Cavalli, Cavassin, Ceccon, Cechetti, Chemin, Collere, Comin, Comis, Coradin, Corletto, Corradazzi, Costa, Dal Prà, Dalla Gaza, Dalla Vecchia, Dallazuana, Del Santa, Fabris, Fantinato, Ferrarini, Fiorese, Fracaro, Frazon, Furlan, Gasparin, Giacometti, Gioppa, Giuliani, Guarise, Gueno,Lazzarini, Lazzarotto, Marangoni, Maschio, Migliolaro, Milani, Mocelin, Mottin, Nodari, Ongaro, Pavoni, Perissuti, Polli, Pontarolo, Rasoto, Riva, Ruzenente, Santi, Scandolari, Schena, Scremin, Scuccato, Sforza, Simioni, Speranzeta, Strapasson, Taverna, Tonin, Toniolo, Tosin, Trevisan, Turcato, Vaneli, Vidolin, Visentin, Zaniolo e Zanon
Italiani – Sangue marchigiano no Modernismo brasileiro: o legado do escultor Galileo Emendabili(1)
Uma das esculturas mais emblemáticas da grande galeria a céu aberto espelhada por ruas, praças e avenidas de São Paulo tem a marca de um italianos nascido em Ancona (1898) e falecido em São paulo (1974).Estamos falando do Mausoléu do Soldado Constitucionalista (região do Parque Ibirapuera (São paulo) obra de , de Galileo Ugo Emendabili, que entrou para história da cultura brasileira apenas como Galielo Emendabile.
Seu pai, Ludovico, era proprietário de um serraria, onde Emendabili aprendeu e apaixonou-se pela arte do entalhe em madeira. Em sua cidade natal, trabalhou no ateliê do surdo-mudo Clementi, um exímio ebanista. Em 1915 matriculou-se no curso especial de escultura da Academia Real de Belas Artes de Urbino (Italia). Foi aluno do escultor Domenico Jollo e estudou desenho com Ludovico Spagnolini. Freqüentou o ateliê do escultor Arturo Dazzi e entrou em contato com a obra dos escultores Ivan Mestrovic, Adolf Wildt e Arturo Martini, entre outros.
Em 1921, executou o monumento tumular do republicano Giuseppe Meloni. Autor de diversas obras, algumas com motivos republicanos, Emendabili tornou-se célebre, mas começou a enfrentar dificuldades em concursos públicos de arte, visto que a Itália era uma monarquia à época. Querendo continuar a exercer livremente seu trabalho, Emendabili decidiu então deixar a Itália. Já casado com sua patrícia Malvina Manfrini, partiu dia 16 de junho de 1923 com um bilhete de terceira classe, de Gênova, num navio cujo destino final era Buenos Aires. Emendabili desembarcou em Santos no dia 3 de julho, estabelecendo-se na cidade de São Paulo, onde trabalha como entalhador no Liceu de Artes e Ofícios. Contando com o auxílio da numerosíssima coletividade italiana - tornou-se rapidamente num dos artistas mais conhecidos, tendo vencido diversos concursos.
Em 1925, ganha o primeiro prêmio no Concurso Internacional para o Monumento a Pereira Barreto, inaugurado em 1928, na Praça Marechal Deodoro. No ano seguinte, vence o concurso para o Monumento a Ramos de Azevedo, inaugurado em 1934, e que atualmente encontra-se na Cidade Universitária. Nesse mesmo ano, ganha o primeiro e o segundo prêmio no concurso para o Monumento aos Heróis Constitucionalistas de 1932.
A partir de 1933, trabalha com a colaboração de Fulvio Pennacchi, que elabora desenhos para alguns de seus projetos. Diversas de suas obras podem ser apreciadas em mausoléus dos Cemitérios da Consolação e do Araçá ou na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Inicia, a partir de 1969, trabalhos em desenho e pintura. Em 1982 a Rádio Televisão Italiana realiza o vídeo "Ancona - San Paolo solo andata" (Ancona " São Paulo somente ida). Em 1997 a Pinacoteca do Estado de São Paulo organiza a exposição Monumento a Ramos de Azevedo: do concurso ao exílio, na qual é publicado um livro organizado pela historiadora e crítica de arte Annateresa Fabris.
História (85)- Especial: Influência de socialistas e anarquistas italianos no movimento operário brasileiro (2)
Em sua tese de doutorado (Pensiero e Dinamite Anarquismo e Repressão em São Paulo nos anos 1890
) junto ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Claudia
Feierabend Baeta aborda a presença, atividades e repressão dos
militantes anarquistas residentes ou atuantes em São Paulo nos anos
1890, contextualizando, inclusive, o cenário da chegada dos atividas
italianos no final do século XIX.
“Já nos primeiros anos da década de 1890, havia comentários de que era uma estratégia geral dos países europeus, 'onde só se [falava] de greves ou de manifestações de operários e desempregados, com as ameaças de dinamite e o espantalho do 1º de Maio’ conceder passaportes àqueles cuja presença não era desejada e que mostravam interesse em deixar o país".
"Havia, no entanto, suspeitas de que, mais do que facilitar o embarque dos anarquistas, o governo italiano incentivava sua partida: já em 1893, chegaram às autoridades brasileiras denúncias de que aquele governo fazia embarcar, ‘com destino ao Brasil, agregados às famílias no caráter de primos, a indivíduos a quem quer expulsar da Itália por serem anarquistas e socialistas conhecidos.’ ".
"O cônsul italiano, conde Edoardo Compans de Brichanteau, em correspondência com o Ministero degli Affari Esteri em 1894, chegou mesmo a sugerir que os indivíduos que compunham ‘o primeiro núcleo de anarquistas (...) no Brasil’ eram italianos e, aparentemente, haviam sido enviados 'pelo próprio Governo Régio após os dolorosos fatos do 1º de Maio em Roma' "
"As autoridades brasileiras procuravam tomar tais sugestões com cuidado, relativizando a responsabilidade do governo italiano na migração de tais indivíduos, mas as denúncias persistiam. Entre os indivíduos suspeitos de anarquistas, eram os italianos especialmente temidos no Brasil, tanto por suas idéias anarquistas e práticas subversivas, personificadas nas figuras dos magnicidas – todos italianos – que atentaram contra os chefes de Estado e realeza na Europa, como pela grande afluência de imigrantes dessa nacionalidade que por aqui aportavam".
"Não é por acaso que a Itália vai aparecer como procedência mais recorrente de anarquistas que se instalaram em São Paulo nos primeiros anos da década de 1890, nem que aos comissários responsáveis pela migração para o Brasil fosse cobrada grande vigilância em relação àqueles que deixavam os portos italianos. Daí as preocupações quando chegavam às autoridades brasileiras”. Daí as preocupações quando chegavam às autoridades brasileiras notícias como a seguinte:
"'Partida – Por volta das 17 horas de ontem o vapor Matteo Bruso, da [companhia de navegação] Velloce partiu para o Rio de Janeiro e Santos com 1150 emigrantes dos quais (....) 737 para Santos diretamente para São Paulo. Entre estes últimos, havia o anarquista Fumelli Monti Nivardo, de Lucca, que, com sua mulher e filhos, conduz-se ao Brasil onde será introduzido no estado de São Paulo. Ele segue espontaneamente, talvez para escapar de possíveis perseguições, e o próprio governo facilitou-lhe o embarque. Isso não impediu que durante a sua breve parada de dois ou três dias em Gênova ele fosse continuamente escoltado por dois vigias, que não o deixaram por um só momento, nem de dia, nem à noite, acompanhando-o em todos os lugares, mesmo a bordo, (...) nunca o perdendo de vista, até que o Matteo Bruso levantasse âncora' .”
"O recorte da notícia publicada pelo periódico de Gênova acompanhou o ofício do Cônsul Geral do Brasil na Itália ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores. A intenção do cônsul era alertar as autoridades brasileiras para que pudessem tomar as medidas cabíveis na chegada do 'anarquista italiano' ".
“Já nos primeiros anos da década de 1890, havia comentários de que era uma estratégia geral dos países europeus, 'onde só se [falava] de greves ou de manifestações de operários e desempregados, com as ameaças de dinamite e o espantalho do 1º de Maio’ conceder passaportes àqueles cuja presença não era desejada e que mostravam interesse em deixar o país".
"Havia, no entanto, suspeitas de que, mais do que facilitar o embarque dos anarquistas, o governo italiano incentivava sua partida: já em 1893, chegaram às autoridades brasileiras denúncias de que aquele governo fazia embarcar, ‘com destino ao Brasil, agregados às famílias no caráter de primos, a indivíduos a quem quer expulsar da Itália por serem anarquistas e socialistas conhecidos.’ ".
"O cônsul italiano, conde Edoardo Compans de Brichanteau, em correspondência com o Ministero degli Affari Esteri em 1894, chegou mesmo a sugerir que os indivíduos que compunham ‘o primeiro núcleo de anarquistas (...) no Brasil’ eram italianos e, aparentemente, haviam sido enviados 'pelo próprio Governo Régio após os dolorosos fatos do 1º de Maio em Roma' "
"As autoridades brasileiras procuravam tomar tais sugestões com cuidado, relativizando a responsabilidade do governo italiano na migração de tais indivíduos, mas as denúncias persistiam. Entre os indivíduos suspeitos de anarquistas, eram os italianos especialmente temidos no Brasil, tanto por suas idéias anarquistas e práticas subversivas, personificadas nas figuras dos magnicidas – todos italianos – que atentaram contra os chefes de Estado e realeza na Europa, como pela grande afluência de imigrantes dessa nacionalidade que por aqui aportavam".
"Não é por acaso que a Itália vai aparecer como procedência mais recorrente de anarquistas que se instalaram em São Paulo nos primeiros anos da década de 1890, nem que aos comissários responsáveis pela migração para o Brasil fosse cobrada grande vigilância em relação àqueles que deixavam os portos italianos. Daí as preocupações quando chegavam às autoridades brasileiras”. Daí as preocupações quando chegavam às autoridades brasileiras notícias como a seguinte:
"'Partida – Por volta das 17 horas de ontem o vapor Matteo Bruso, da [companhia de navegação] Velloce partiu para o Rio de Janeiro e Santos com 1150 emigrantes dos quais (....) 737 para Santos diretamente para São Paulo. Entre estes últimos, havia o anarquista Fumelli Monti Nivardo, de Lucca, que, com sua mulher e filhos, conduz-se ao Brasil onde será introduzido no estado de São Paulo. Ele segue espontaneamente, talvez para escapar de possíveis perseguições, e o próprio governo facilitou-lhe o embarque. Isso não impediu que durante a sua breve parada de dois ou três dias em Gênova ele fosse continuamente escoltado por dois vigias, que não o deixaram por um só momento, nem de dia, nem à noite, acompanhando-o em todos os lugares, mesmo a bordo, (...) nunca o perdendo de vista, até que o Matteo Bruso levantasse âncora' .”
"O recorte da notícia publicada pelo periódico de Gênova acompanhou o ofício do Cônsul Geral do Brasil na Itália ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores. A intenção do cônsul era alertar as autoridades brasileiras para que pudessem tomar as medidas cabíveis na chegada do 'anarquista italiano' ".
domingo, 28 de fevereiro de 2010
História (84) - Especial: Influência de socialistas e anarquistas italianos no movimento operário brasileiro (1)
A presença do trabalhador italiano nas cidades brasileiras, fruto das políticas oficias de incentivo à imigração, abriu um capítulo de grande importância na história do movimento operário no Brasil, trazendo à tona, inclusive, a primeira greve geral registrada no País, em 1917.
Com o objetivo de resgatar na linha do tempo a participação de italianos e descendentes nas lutas trabalhistas em São Paulo e outras cidades, este Blog inicia um Especial dedicado a esse tema ainda é fonte de pesquisa no meio acadêmico.
Pesquisas na internet mostram que já no final do século XIX, São Paulo se deparava com a ação de anarquistas italianos reprimidos pela força coercitiva do governo. Em 1906 um total de 32 delegados na sua maioria do Rio e São Paulo, lançou as bases para a fundação da Confederação Operária Brasileira (C.O.B.).
Nesse Congresso participaram as duas tendências existentes na época: Anarco-Sindicalismo, que negava a importância da luta política privilegiando a luta dentro da fábrica através da ação direta. Negava também a necessidade de um partido político para a classe operária. Socialismo de caráter reformista, propunha a transformação gradativa da sociedade capitalista, defendia a Organização Partidária dos Trabalhadores e participava das lutas parlamentares. A ação anarquista começa a se desenvolver entre 1906 até 1924.
A crise de produção gerada pela Primeira Guerra Mundial e a queda vertiginosa dos salários dos operários, caracterizou-se por uma irresistível onda de greves - 1917 a 1920. Em 1917, em frente ao Cotonfiício Crespi tinha início o movimento grevista que recebeu a solidariedade e adesão inicial de todo o setor têxtil, seguindo as demais categorias.
Pesquisas na internet mostram que já no final do século XIX, São Paulo se deparava com a ação de anarquistas italianos reprimidos pela força coercitiva do governo. Em 1906 um total de 32 delegados na sua maioria do Rio e São Paulo, lançou as bases para a fundação da Confederação Operária Brasileira (C.O.B.).
Nesse Congresso participaram as duas tendências existentes na época: Anarco-Sindicalismo, que negava a importância da luta política privilegiando a luta dentro da fábrica através da ação direta. Negava também a necessidade de um partido político para a classe operária. Socialismo de caráter reformista, propunha a transformação gradativa da sociedade capitalista, defendia a Organização Partidária dos Trabalhadores e participava das lutas parlamentares. A ação anarquista começa a se desenvolver entre 1906 até 1924.
A crise de produção gerada pela Primeira Guerra Mundial e a queda vertiginosa dos salários dos operários, caracterizou-se por uma irresistível onda de greves - 1917 a 1920. Em 1917, em frente ao Cotonfiício Crespi tinha início o movimento grevista que recebeu a solidariedade e adesão inicial de todo o setor têxtil, seguindo as demais categorias.
Assinar:
Postagens (Atom)